Funcionários da Solurb recebem valores abaixo do salário e não conseguem pagar contas

Eles querem realizar manifestação na terça-feira

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Eles querem realizar manifestação na terça-feira

Após a decisão que liberou R$ 4,935 milhões de uma conta judicial para a CG Solurb – concessionária responsável pelo lixo na Capital -, trabalhadores continuam sem receber nesta segunda-feira (10). É o que relataram os funcionários, que explicaram terem recebido valores abaixo do salário. Outros, por sua vez, receberam apenas o ticket alimentação. Sem conseguir pagar as contas domésticas, eles querem realizar nova manifestação na terça-feira (11).

É o que explicou um dos coletores, 35. Funcionário da empresa há 2 anos e 3 meses, Rodrigo contou ter recebido, nesta segunda-feira (10), menos da metade do salário e o ticket alimentação. Dos R$ 1117 que deveriam ter caído na conta dele, o trabalhador teve acesso à apenas R$ 500.

“Tive que sacar o dinheiro, que moro de aluguel, aí ficou luz e água sem pagar”, contou. O ticket que deveria ser de R$ 417, ele recebeu R$ 403.  “Já procurei o sindicato e a empresa, já tirei uns 5 extratos hoje. Porque a gente trabalha um mês todinho, aí fica essa briga entre eles, no meu ponto de vista é uma briga de empresa, fica segurando nosso dinheiro”, relatou.

Ele trabalha na coleta seletiva e afirmou que um dos motoristas recebeu apenas R$ 200 do salário. Outro, no entanto, recebeu apenas o ticket alimentação.

“Eu sou casado, tenho uma filha, R$ 403 reais, vou comprar o que?”. A cesta básica oferecida pela empresa, de acordo com ele, contém arroz, um óleo, macarrão, massa de tomate e feijão.

Wilson Gomes, presidente do Steac (Sindicato do Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação em Mato Grosso do Sul) negou irregularidades no depósito pela Solurb. Ele afirmou, no entanto, que o problema ocorreu de manhã, com cerca de 20 trabalhadores, junto ao banco Sicredi. “Segundo a empresa foi tudo resolvido”, explicou.

Ainda assim, as irregularidades junto ao pagamento atingiram mais de 50 trabalhadores, conforme explicou o coletor.

Entenda

Os funcionários paralisaram o serviço em protesto à falta de pagamento na sexta-feira (7). O desembargador Nicanor de Araújo Lima, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que os trabalhadores da Solurb voltassem ao trabalho no mesmo dia, ao julgar liminar da empresa.

O desembargado também determinou que seja devolvido para a Solurb R$ 4,935 milhões, paralisado na Caixa Econômica Federal, referente a ação movida pelo Steac (Sindicato do Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação em Mato Grosso do Sul). O valor deve ser utilizado para pagar os trabalhadores, de acordo com a decisão.

Os R$ 4,935 milhões, de acordo com a assessoria do TRT, são referentes à greve dos trabalhadores em 2015. Ocorre que durante a paralisação daquele ano, o Steac ingressou com ação na Justiça, que determinou que a Prefeitura depositasse mensalmente os valores em uma conta judicial. Esse dinheiro seria transferido pela Justiça para a Solurb.

O processo, no entanto, venceu em março, mas a Prefeitura ainda depositou o dinheiro este mês. Na liminar de sexta-feira, no entanto, a Solurb pediu que os R$ 4,935 milhões fossem repassados para a empresa, alegando como motivo o pagamento dos trabalhadores.

O jornal Midiamax consultou a Solurb sobre as irregularidades no pagamento aos funcionários, mas ainda não obteve resposta.