Piora estado e índio ferido durante conflito passa por cirurgia
Um índio teve alta e três permanecem em observação
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Um índio teve alta e três permanecem em observação
O índio guarani-kaiowá Jesus de Souza, 29, um dos sobreviventes do conflito com fazendeiros após retomada de terras em Caarapó, teve uma piora súbita em seu estado de saúde na manhã deste domingo (19). Ele está internado no Hospital Vida, em Dourados, a 229 km de Campo Grande, e passou por nova cirurgia após constatada infecção nos ferimentos, na região abdominal.
De acordo com o enfermeiro e superintendente do hospital, Genilvaldo Dias da Silva, Jesus precisou passar por uma “reabordagem cirúrgica” no abdômen, uma vez que seus ferimentos proporcionaram vazamento da alça intestinal, o que ocasionou contato com fezes. “O risco de infecção já era grande, por mais que se faça a assepsia da região”, explica. Jesus permanece no hospital, porém, no setor semi-crítico.
Ainda segundo Genivaldo, dos cinco índios internados, Libesio Marques Daniel, 43, já recebeu alta. Catalina Rodrigues, Valdívio Garcia e Norivaldo Mendes permanecem estáveis, mas, internados, em observação.
Área de tensão
De acordo com agentes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), não houve novos confrontos nas áreas de retomada, que segue tranquila. Os índios, no entanto, relatam, clima de tensão e denunciam a retirada de equipes que garantiam a segurança na localidade. Porém, o titular da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), José Carlos Barbosa, afirma que tropas da Força Nacional e da Polícia Militar permanecem em Caarapó.
Na última sexta-feira (17), uma reunião entre membros do Sindicato Rural de Caarapó e o secretário discutiu sobre o processo de desocupação da retomada, que contou com a presença do procurador da República Marco Antonio Delfino. “A reunião girou em torno disso, e o procurador ficou de articular uma conversa com as lideranças indígenas”, afirmou Barbosa.
De acordo com o presidente interino do Sindicato Rural, Carlos Eduardo Marques, o objetivo do diálogo é que as terras de pequenos produtores sejam liberadas e que a retomada continua nas fazendas Yvu e Novilho, nas imediações da aldeia, em Caarapó.
A reportagem procurou lideranças indígenas envolvidas na retomada do território Tey’i Juçu – ao lado da aldeia Tey Kue, onde está a fazenda Yvu – que afirmara que, de fato, a proposta de desocupação chegou até eles. “Ainda não existe nenhum acordo, isso ainda vai ser analisado por nós”, afirmaram.
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