Funcionários comemoram com humor volta de ônibus mais novos às linhas
Prefeito prometeu fiscalização, mas Agetran e Agereg não se manifestaram
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Prefeito prometeu fiscalização, mas Agetran e Agereg não se manifestaram
Uma semana após a denúncia de que pelo menos uma das empresas integrantes do Consórcio Guaicurus estaria ‘guardando’ ônibus mais novos e maiores e colocando veículos antigos e apertados em linhas troncais, trabalhadores comemoram com bom humor a volta de pelo menos um dos BRT’s às ruas da Capital. O prefeito Alcides Bernal (PP) prometeu fiscalização, mas até o momento a Agetran e Agereg, agências responsáveis pelo transporte coletivo, não se manifestaram oficialmente.
As empresas que formaram o Consórcio Guaicurus ganharam, no final da gestão de Nelsinho Trad, licitação que garantiu a exploração do transporte coletivo por duas décadas. Desde então, segundo usuários e trabalhadores, o serviço teria piorado e a fiscalização teria ficado cada vez menos rígida.
Segundo funcionários das empresas de ônibus, apenas dois dos quatro BRTs da Viação Cidade Morena voltaram a rodar. O ônibus estariam parados desde o dia 21 de dezembro. O consórcio confirmou e usou como justificativa que não havia demanda.
Motoristas reclamam que os colegas das linhas afetadas enfrentam jornadas de trabalho mais desgastantes em decorrência da manobra da empresas que afirmam não colocarem os ônibus BRTs na pista por baixa demanda ‘fora do horário de pico’ e pelo custo de manutenção ter aumentado devido à “buraqueira” nas ruas da cidade.
As justificativas foram apresentadas pelo diretor do Consórcio Guaicurus, João Rezende Filho. Mas, a desculpa virou piada entre passageiros espremidos nos ônibus lotados e demorados que atendem às linhas.
O presidente da Comissão de Transporte da Câmara Municipal, vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB), do mesmo partido de Nelsinho Trad, prometeu uma audiência pública para investigar a situação da frota de ônibus em Campo Grande. Até o momento, não houve comunicação oficial, no entanto.
O atual prefeito, Alcides Bernal, também prometeu fiscalização e disse que determinou à Agetran (Agencia Municipal de Transporte e Trânsito) e Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande) que verificassem a denúncia. Até o momento, nenhuma das agências respondeu aos questionamentos da reportagem sobre a frota de ônibus mantida pelas empresas na Capital.
Enquanto isso, usuários do transporte coletivo de Campo Grande e trabalhadores dos consórcios compartilham nas redes sociais memes que ironizam a situação. Em uma das imagens, trabalhadores comemoram que os BRT’s estariam rodando há 2 dias após 70 dias de ‘descanso’.
Frota, BRTs e Consórcio Guaicurus
Segundo os dados oficiais, são 593 ônibus em Campo Grande, com 38 articulados, e apenas 13 BRTs. Os primeiros BRTs chegaram à Capital em 2012, “depois compramos outros em 2013 e 2014. Os BRTs têm mais de 20 metros e custam quase R$ 1 milhão. Todos com idade média de cinco anos. A operação com eles é mais cara mesmo, até porque eles gastam o dobro de combustível do ônibus normal”.
Quanto a denúncia de que os BRTs usam um aditivo especial para diminuir a poluição, João Rezende, presidente do Consórcio Guaicurus, explicou: “os veículos mais modernos movidos a diesel usam o Arla, mas não são apenas os articulados, vários outros ônibus de tamanho médio também usam e isso é custo normal”, destacou.
Câmara de Vereadores
Já os vereadores que compõem a Comissão Permanente de Transporte e Trânsito, da Câmara Municipal de Campo Grande, afirmaram que vão fazer uma Audiência Pública para discutir o problema.
O presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito, vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB), assumiu desconhecer o problema até o Jornal Midiamax divulgar.
Vale lembrar que a comissão é formada com a finalidade de deliberar sobre as proposições dentro de seu campo temático e fiscalizar os atos do Poder Público. Dentre as atribuições de uma Comissão Permanente destacam-se: discutir e votar projetos de lei; realizar audiências públicas; convocar secretários para prestar informações sobre suas atribuições; receber representação de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; determinar a realização de diligências e auditorias de naturezas contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial na administração pública.
Compõem a Comissão Permanente de Transporte e Trânsito os vereadores Vanderlei Cabeludo (PMDB), como presidente, Betinho (PRB), como vice-presidente, os os membros Chiquinho Telles (PSD), Engenheiro Edson (PTB) e Flávio César (PT do B).
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