Estimativa de aumento é de 20%

A iniciada na última terça-feira (6), fez com que a procura pelas Casas Lotéricas de aumentasse. Conforme informações do Sinal Ms (Sindicato dos Agentes Lotéricos de Mato Grosso do Sul), não há um levantamento sobre o aumento no número de atendimentos realizados, no entanto, nesta quinta-feira (8), quem precisou utilizar os serviços prestados nas unidades, teve de enfrentar fila. 

Roseane de Barros Lima, de 40 anos, diz que foi em três agências para que pudesse pagar algumas contas. “Todas as lotéricas estão lotadas. fui em três lugares diferentes para pagar minha fatura. É complicado”, afirma.

Para não perder tempo, Rosimeire Gomes, de 30 anos, juntou todas as faturas para enfrentar a fila apenas uma vez. “Tinha uma conta para pagar e já pegueis as outras contas para pagar tudo em um pacite só. As filas estão grandes nas Lotéricas, não quero ter de voltar”, justifica.

João Alvez, de 60 anos, também considera que a greve prejudica a população. “Tive de vir na Lotérica pagar meu boleto porque os bancos estão fechados. Com a greve é difícil porque é muita gente querendo atendimento”, ressalta.

Fila estava grande e chegava ao lado de fora das agências - Foto - Cleber Gellio -Midiamax

Valdemor Vieira Magalhães, de 53 anos, que também enfrentou fila para pagar um boleto bancário, diz que a greve não atrapalha. “Não achei ruim. Está tranquilo porque tem muitas opções de lugares que podemos pagar as contas. O único problema é quando o valor é muito alto”, observa.

A gerente da Lotérica Quina de Ouro, localizada na Rua 14 de Julho, Kleby Devicari, diz que ainda não é possível fazer um balanço sobre o aumento no atendimento, mas a expectativa é de que com a continuidade da greve, a procura pelos serviços seja até 20% maior.Com greve em bancos, clientes recorrem às Lotéricas e lotam agências

“Estamos no começo do mês e nesse período o atendimento sempre é maior, mas se a greve continuar, cremos que haverá aumento de uns 20%”, declara sem precisar a média de atendimento. 

A gerente explica ainda que tem recebido muita procura por serviços que não são realizados pelas unidades. “As pessoas não sabem muito bem quais são os serviços oferecidos. Percebemos isso por tem muito pedido de coisas que, infelizmente, não fazemos”, ressalta. Esta foi a preocupação de Maura da Luz, de 50 anos, que esperava para pagar a fatura do cartão de crédito.

“Reconheço o direito dos bancários de reivindicarem, mas fica difícil para nós. Estou com minha fatura para pagar, mas tem um limite de recebimento e o pior é que se eu não conseguir pagar, vou ter de pagar juros quando acabar a greve”, lamenta.

A superintende do Procon Rosimeire Cecília da Costa, explica que caso o consumidor encontre dificuldades de efetuar algum pagamento é necessário entrar em contato com o banco responsável e buscar alternativa para solucionar o problema.

“O consumidor deve entrar em contato com o banco e pedir uma solução, por exemplo a de fracionar a fatura, ou mudar a data de vencimento, mas é importante que o consumidor manifeste o interesse em pagar”, explica. 

Até o momento não houve avanço nas negociações e não há previsão para que os serviços sejam retomados. Os bancários reivindicam reajuste salarial de 14,78%. A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), por sua vez, ofereceu 6,5%. A proposta foi rejeitada e uma nova sugestão deve ser apresentada durante reunião entre a categoria e a federação, nesta sexta-feira (9).