Sem coleta, população se preocupa com acúmulo de lixo em bairros

Ainda não há previsão para que coleta seja normalizada

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Ainda não há previsão para que coleta seja normalizada

Moradores do Bairro Guanandi em Campo Grande estão preocupados com o acúmulo de lixo na região. Desde que a coleta foi interrompida, no último dia 9, a população tem evitado as lixeiras e armazenado os resíduos nos quintais das casas, a fim de evitar que a sujeira se espalhe.

A enfermeira Porcília Valadares Arroyo, de 51 anos, diz que tem guardado o lixo em sacos e caixas. “Sempre tive a preocupação de colocar o lixo para a fora uma hora antes de passarem, mas agora prefiro colocar em uma caixa para evitar que catadores e animais deixem tudo espalhado. Algumas pessoas colocavam na enxurrada para se ver livre, mas prefiro fazer assim para que a cidade não fique tão suja”, explica.

A aposentada Cândida Ferreira, de 70 anos, também tem evitado usar a lixeira, na frente da casa. “Tenho uma lixeira alta na frente de casa, mas prefiro não arriscar. Vou guardando no quintal, até que a coleta volte a se normalizar”, relata.

Ao analisar as ruas dos bairros é possível perceber que a opção tem sido adotada pela maioria dos moradores, no entanto, também há quem se preocupe que a solução temporária prejudique a saúde. Este é o caso da aposentada Maria Oliveira, de 65 anos. “Não tenho como deixar o lixo dentro de casa porque tenho criança e fico com medo de que o lixo transmita alguma doença. Não tenho outra opção além de deixar na lixeira”, explica.

A aposentada destaca ainda a necessidade de que a situação seja solucionada. “Normalmente passavam três vezes na semana. Agora a situação ficou complicada. A lixeira está cheia e não sei o que fazer. Se deixar no chão os animais espalham tudo. Esta situação deve ser resolvida logo porque a população está sendo prejudicada” frisa.

Na tarde dessa terça-feira (15), uma decisão judicial expedida pelo juiz Alexandre Tsuyoshi Ito, determinou que a empresa retomasse os serviços em um prazo de 12 horas sob multa diária de R$ 50 mil, limitada a R$ 1 milhão. O presidente do Steac-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação de Mato Grosso do Sul), Wilson Gomes da Costa, diz que também foi notificado. No entanto, devido a falta de pagamento salarial, na manhã desta quarta-feira (16), os funcionários da empresa decidiram por unanimidade manter a paralisação.

Uma decisão do MPT (Ministério Público do Trabalho) assinada pela juíza substituta, Keethlen Fontes Maranhão, determina que a Solurb pague os funcionários em até cinco dias, contados a partir dessa terça-feira. Caso a empresa descumpra a determinação, terá de arcar com multa diária de R$ 100,00 por trabalhador.

Ao Solurb conta com 1.080 trabalhadores. A empresa alega ter R$ 23,8 milhões a receber do Município e justifica que por conta do atraso não foi possível realizar o pagamento dos trabalhadores. Em virtude do impasse, ainda não há previsão para que o serviço seja normalizado.

Conteúdos relacionados

lama