Moradores de favela recebem ameaça de corte de energia no Jardim Noroeste

Moradores ameaçaram fechar BR-163 em caso de corte

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Moradores ameaçaram fechar BR-163 em caso de corte

Moradores de mais uma favela receberam ameaça de corte de energia nesta quinta-feira (10), em Campo Grande. Cerca de oitenta famílias que vivem em terreno apelidado de ‘favela da Scania’ por ficar atrás da empresa de caminhões no Jardim Noroeste quase tiveram a energia cortada nesta tarde.

O proprietário do terreno, identificado como Haroldo Pache, foi até o local junto com funcionários da Energisa exigir o corte do serviço. Revoltados, os moradores barraram e ameaçaram fechar a BR-163 em caso de corte de energia.

Sidney Pereira de Souza, porta-voz da comunidade, disse à reportagem que as famílias estão abandonadas. “Ninguém quer morar irregular, mas não temos opções. Tem gente esperando casa da Ehma há dezesseis anos. Já que a Cidade de Deus não veio para o Jardim Noroeste, por que não liberam o terreno para a gente?”, indaga.

A Energisa declarou que o pedido de corte não tem relação com a interrupção de energia na favela Cidade de Deus durante esta manhã.

Os funcionários deixaram o local e por ora, não há movimentação no local.

Corte de energia na Cidade de Deus

Os moradores da Cidade de Deus fizeram dois pontos de bloqueio na BR-262 após o corte. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) precisou ir até o local e também o diretor da Ehma (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande), Dirceu Peters, para garantir que os moradores serão transferidos para outra área.

 “Estamos próximos de resolver isso. Atá o fim de janeiro, vocês vão receber um lote de no mínimo 10 por 20 próximo daqui”, disse o secretário. Ele foi embora e prometeu dialogar com a Energisa sobre a questão do corte da energia elétrica.

Conforme Peters, o local para onde as famílias serão transferidas ainda não foi divulgado, pois os locais estão desocupados e a Prefeitura teme que possa ser invadido antes mesmo da transferência das famílias. O secretário disse ainda que os moradores terão um prazo para construir e vão pagar pelos lotes “dentro do que eles podem fazer”.

 Os moradores disseram que vão esperar um posicionamento da Energisa e que caso não tenham uma resposta positiva, vão voltar a bloquear a rodovia e protestar na frente da empresa.

O fornecimento de energia de moradores da favela Cidade de Deus foi cortado, nesta manhã, para garantir a segurança no local, informou a Energisa, concessionária responsável pelo serviço na maior parte de Mato Grosso do Sul. A interrupção provocou revolta dos moradores, que chegaram a bloquear a rodovia BR-262 nesta manhã.

A empresa reforça, no texto, que as ligações eram clandestinas, o que configura crime.

“Vale ressaltar que a concessionária atua em todo o Estado no combate a furtos de energia, uma obrigação regulatória determinada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), diz a nota.

Ainda de acordo com a Enersul, além de ser crime e gerar impacto nas tarifas de clientes regulares, as ligações clandestinas oferecem riscos à população, sobrecarregam e comprometem a confiabilidade da rede de distribuição de energia.

Um outro fator apontado é que nesse tipo de ligação irregular, não há como fazer a cobrança sobre a energia utilizada, e a perda acaba impactando a tarifa para todos os consumidores.

As ligações clandestinas de energia podem ser enquadradas em dois crimes: no artigo 171 do Código Penal, estelionato, e no artigo 155, furto. A pena para esses crimes é de um a quatro anos de reclusão.

A Polícia Civil e a Militar acompanharam a operação e um eventual encaminhamento para registrar crime contra os moradores fica a cargo das autoridades policiais, informou a Energisa.

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