Flagra aconteceu cerca de 30 minutos antes do prefeito anunciar que suspendeu contrato com a Selco

Vídeo filmado por leitora do Jornal Midiamax flagrou empreiteira tapando buracos inexistentes novamente na Capital, no bairro Santa Fé, próximo ao Shopping , na tarde desta quinta-feira (29). As imagens mostram equipe remendando asfalto na última quadra da Rua João Akamine.

De acordo com a leitora, que não quis se identificar, nunca houve um buraco no local e há em diversos pontos do Bairro Santa Fé. “Taparam justo onde não tem”.Testemunhas contaram que o serviço de manutenção da via durou apenas cerca de cinco minutos.

Alguns leitores do Jornal Midiamax entraram em contato para relatar a mesma irregularidade em diferentes pontos da cidade. “Aqui perto de casa eles estava tapando um buraco na chuva, e ficaram bravo quando quis tirar foto”, contou um morador do bairro Piratininga. Uma outra campo-grandense também contou que funcionários à serviço da prefeitura realizaram o trabalho à noite, também em uma rua sem buracos.

Na tarde desta quinta-feira (29) a Prefeitura de Campo Grande divulgou uma nota afirmando que suspendeu os trabalhos com a Selco Engenharia, responsável pelos funcionários que tamparam um buraco fantasma na região do Parque dos Poderes. Na nota, a prefeitura afirma que sete empresas fazem esse trabalho em Campo Grande. 

A leitora que flagrou outra operação de tampar buracos inexistentes disse que não conseguiu identificar o nome da empresa que estava fazendo a operação.

Na nota divulgada à imprensa, o secretário de obras, Valtemir Brito, revelou que a Capital conta com 2,1 mil km de ruas asfaltadas, aproximadamente  18.900.000 m², e que boa parte deste montante não possui drenagem e já tem mais de 20 anos de uso.

Brito alegou ainda que o município paga menos pelo serviço de que outras cidades do país, e que o volume de manutenção e o preço pago às empreiteiras varia de acordo com a condição da via. Em média 50.000 m² são recapeados por mês em Campo Grande.

“Os preços praticados estão abaixo dos índices do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil) que prevê R$ 23,18 por m² e R$ 336,60 por tonelada de massa asfáltica (CBUQ). A Prefeitura pratica R$ 17,50 por m² e R$ 204,33 por tonelada/CBUQ”, aponta a prefeitura.

Defesa

Mesmo com as denúncias e os vídeos do serviço em ‘buracos fantasmas', a Prefeitura afirmou ainda que, se comprovada as irregularidades, o município poderá exigir ressarcimento do valor pago e aplicar ‘penalidades cabíveis'.

“Diante do vídeo que demonstra a fraude, a fiscalização será mais rígida e presente em todas as frentes de serviços de tapa buraco, visando garantir a qualidade dos serviços. A Prefeitura de Campo Grande reconhece que o serviço de tapa-buracos é um paliativo, que ainda é necessário para a segurança do trânsito e para a proteção ao patrimônio público”, diz a nota divulgada. 

Veja o novo flagra: