Infectologista diz que um terço dos casos registrados como dengue são zika
Audiência pública debateu ações de combate a doença
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Audiência pública debateu ações de combate a doença
O infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz em Mato Grosso do Sul), Rivaldo Venâncio afirmou durante audiência pública na Promotoria de Justiça da Saúde Pública de Campo Grande, que pelo menos um terço dos casos registrados como dengue são na verdade, zika vírus, e que a doença também tem sido associada a outros tipos de mal formações, além da microcefalia.
Segundo o infectologista, já foram relatados os nascimentos de crianças com atrofiação de membros (mãos e pés por exemplo), nos olhos, fígado, ossos e articulações, e também com microcalcificações no cérebro, que em primeira análise, não foram detectadas pelos médicos. “Estes bebês foram descartados da suspeita de microcefalia, mas como as mães apresentaram sintomas de zika durante a gravides e ficaram preocupadas com a avalanche de noticias, aí procuraram novamente o médico para exames mais detalhados, que diagnosticaram essas alterações”, explicou.
A doença é tão alarmante que já foram registrados 1,7 mil casos de microcefalia no país, sendo quatro deles em Mato Grosso do Sul, mas se levarmos pela linha de que o vírus chegou a MS entre novembro e dezembro deste ano, e que os danos são maiores no primeiro trimestre da gestação, podemos esperar um aumento neste dados no segundo semestre de 2016.
Para debater ações de prevenção/controle vetorial no combate ao mosquito Aedes Aegypti, e um Plano de Contingência para enfrentamento da microcefalia associada à incidência do zika vírus, a promotora da saúde pública, Filomena Fluminhan, convidou os secretários de Saúde, estadual e municipal, além do infectologista, médicos e membros do Conselho de Medicina de MS.
O líder estadual, Nelson Taveres destacou que o principal objetivo do governo do Estado é combater o mosquito. “Antes de discutir sobre diagnósticos e tratamentos, precisamos focar no combate ao agente transmissor, porque é inadmissível pensar que uma doença que pode causar mal formações a crianças esteja voando por aí”, frisou.
O secretário explicou que para isso, um projeto de lei foi elaborado visando aumentar a flexibilidade do governo em relação a doença, onde dez itens foram apontados como essenciais no combate ao mosquito, entre invasão dos domicílios abandonados, aumento nos valores das multas e punições mais severas, como prisão, para quem for conivente com a proliferação do vírus.
Medidas essas que estão sendo aplicadas em Campo Grande. O secretário municipal Ivandro Fonseca destacou que na última sexta-feira foi expedido uma alvará, autorizando a Prefeitura a invadir imóveis abandonados que servem como criadouro de mosquito. Duas casas citadas pelo Jornal Midiamax em reportagem anterior, estão na lista.
Em relação a diagnósticos e tratamento, o município está montando hospitais de campanha, com auxilio do exército brasileiro, para atender exclusivamente os pacientes com suspeito de dengue, chikungunya e zika vírus.
A promotora lembrou que o MPE já sugeriu medidas de combate e prevenção da doença ao prefeito, por meio de ofício na última semana, e destacou que nenhum município do país tem estrutura para combater o avanço da doença sozinha. “Isso precisa ser feito por toda a sociedade. Cada um tem que assumir seu papel e lutar contra o Aedes Aegypti juntos”,finalizou.
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