Indígenas fazem documento pedindo permanência da coordenação da Sesai de MS

Pressão política seria motivo para mudança

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Pressão política seria motivo para mudança

Indígenas elaboraram nesta terça-feira (25) um documento pedindo a permanência do coordenador da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena DSEI/MS – Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul) Hilário da Silva e do coordenador adjunto Wanderley Guenka.

Os indígenas que apoiam a atual gestão e os coordenadores apontam interferência política na possibilidade de mudança do coordenador, que um indígena. Segundo eles, a Sesai está em uma pasta do PT, que estaria querendo fazer a indicação do novo coordenador.

De acordo com o cacique Oséias, da aldeia aldeinha de Anastácio, interferência política seria o motivo do pedido de troca do comando da Sesai. Ele afirma que no período da gestão do atual coordenador, houve avanço na questão da saúde indígena que prestação de contas foram feitas para comprovar a utilização dos recursos. “Eles não estão olhando para a saúde, mas olhando para verba”, diz.

O cacique ainda afirma que há um pequeno grupo que apoia essa troca de comando, mas que ‘falam’ pelos indígenas, mas que não teriam legitimidade para isso. “Não são pessoas legitimadas pela comunidade. Não podemos aceitar uma pessoa falando em nosso nome e que não conhece a nossa realidade. Eles querem intervir na gestão, aproveitando para infiltrar política no meio”, diz.

O documento assinado por vários indígenas deve ser enviado para Brasília. Sobre esta questão, o documento pontua que os que os indígenas não querem ser representados por várias instituições, que dizem representá-los (como ONGs e conselhos e assembleias indígenas).

O coordenador adjunto da Sesai Wanderley Guenka também diz que essa possível troca de comando seria motivada por política e que não foram apontadas reclamações ou falhas na gestão dele e de Hilário.

Segundo Guenka, Mato Grosso do Sul tem o maior distrito sanitário indígena, com 14 polos base e 40 equipes de saúde. “Todos os dias as equipes vão as aldeias e faz a atenção básica, a avaliação e faz a distribuição dos remédios”, explica.

Ele diz que até um ano atrás, houve falta de medicamentos, mas que atualmente há 106 tipos de medicamentos disponíveis e que não há demanda reprimida.

Entre os trabalhos desta gestão, Guenka diz que houve a organização dos trabalhadores da saúde, compra de 15 viaturas, dentistas em vários consultórios e a articulação com outros órgãos.

Na tarde de segunda-feira (24), lideranças indígenas se reúniram em frente à Sesai para protestar contra a saída de Hilário da coordenação. Ele está em Brasília e ainda não há uma definição sobre a data da troca de comando.

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