Idosos ficam mais de 24 horas em postos à espera de vaga em hospital

Famílias pedem providência para restabelecer saúde de pacientes

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Famílias pedem providência para restabelecer saúde de pacientes

A triste situação de pacientes que aguardam vaga em hospitais de Campo Grande internados em postos de saúde continua. Mesmo com a marcação do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), parece que a abertura de novos leitos caminha a passos lentos e causa mais prejuízo a quem espera por um atendimento completo.

A família do idoso José Eustáquio da Silva, de 67 anos, é uma, entre centenas que enfrentam o caos da saúde pública. Internado no CRS (Centro Regional de Saúde), do Bairro Guanandy, o paciente portador de esclerose fez exames onde constatou-se pedras nos rins.

Além deste diagnóstico a filha de José, Eliane da Silva, 27 conta que o pai tem sofrido com problemas gastrointestinais e infecção de urina.  A jovem disse ao Midiamax que médicos querem que ele seja transferido para a Santa Casa de Campo Grande, mas não há vagas no momento. A luta de José à espera de uma vaga no hospital já dura 24 horas, garante a filha.

 “Ele está todo inchado, parece que está retendo líquidos, além de estar com pneumonia. Meu pai já tem esclerose e agora os médicos querem que ele faça tomografia, que ele seja transferido, mas não tem vaga no hospital”, lamenta. Antes de ir para o CRS do Bairro, o paciente também buscou atendimento na unidade de saúde do Coophavilla II.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), por sua vez, informou que o estado de saúde de José é considerado estável. O paciente está na ala amarela, sem dores, sob observação médica e será levado para a Santa Casa assim que houver disponibilidade de leito.

Quantos outros Josés e Marias passam por isto diariamente? Ao menos Carmem Velasques da Rosa, 76, ficou por três dias internada no CRS do Coophavilla II. De acordo com a filha de Carmem, Julia Velasques Gomes, 56, a idosa foi parar no médico depois de se engasgar com um pedaço de bolo.

Desde então, Carmem, que é hipertensa e diabética precisou permanecer no posto até a tarde desta sexta-feira (17), pois os médicos suspeitavam de uma pneumonia e também teriam de levá-la para um hospital. Sendo assim, mais uma família passava pelo vale da espera de um leito.

Vendo que a idosa não se alimentava e tinha dificuldades de tomar banho no CRS, a família até tentou levá-la para casa, tendo em vista ainda que Carmem continuava a tomar somente os medicamentos de rotina.

“Ela só tomava os remédios para diabetes e hipertensão. Tínhamos dificuldade de levá-la para dar banhos, pois os banheiros são sujos, pedi que o médico desse alta à, mas ele queria que ela fosse para um hospital. Os enfermeiros e a equipe nos atenderam bem, mas temo outras pessoas que sofrem”, conta Júlia.

Hoje de tarde, no entanto, a Sesau explicou que a idosa passou por um processo de avaliação e foi liberada. A suspeita de pneumonia surgiu devido a uma chiadeira no peito, mas foi descartada. “O exame deu negativo para pneumonia”, disse a assessoria de imprensa da Sesau.

A filha de Carmem falou ao Midiamax que o médico observou a respiração e os batimentos cardíacos da idosa, passou medicamentos e garantiu que ela poderia ir para a casa.

Até quando?

De acordo como secretário de Saúde de Campo Grande, Jamal Salém, 350 novos leitos hospitalares devem ser abertos na Capital. A pergunta que não se cala é: quando isto ocorrerá?

De acordo com o chefe da Sesau está sendo feito um convênio entre a Sesau e a SES (Secretaria do Estado de Saúde) para agilizar a abertura de vagas. Em novembro de 2014 o MP- MS chegou a fazer uma recomendação ao Município e ao Estado para a abertura de novos leitos, porém, ambos alegaram que estão tentando resolver a situação. 

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