Greve de bancários perde apoio popular e comerciantes reclamam de prejuízos

Reunião nesta tarde tenta acordo

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Reunião nesta tarde tenta acordo

A greve dos bancários, que teve início no último dia 6, começou a perder apoio da população e o impacto da paralisação também está sendo sentido por setores que dependem do movimento nas agências bancárias, como os estacionamentos, que chegaram a ter redução de mais de 50% do número de clientes.

Dono de um estacionamento na região central de Campo Grande, Emílio Medeiros, de 42 anos, afirma ter perdido 60% dos clientes. A redução é maior no período vespertino, quando o movimento nas agências é maior, considerando que os bancos começam a atender às 11 horas.

“Este não é o momento certo para uma paralisação que prejudica tanto a sociedade quanto os comércios que dependem de movimentações bancárias como abertura de contas, transferências e depósitos em cheque. Essa greve afeta outros setores. Tive 60% do movimento vespertino afetado”, afirma.

A comerciante Marisa Gonçalves Ribeiro, de 55 anos, também se sente prejudicada. “Eles têm de reivindicar seus direitos, mas poderiam entrar em um acordo logo porque a greve atrapalha a população e os negócios. Estou pagando tudo em casas lotéricas, mas existe um limite baixo que pode ser feito diariamente”, destaca.

A auxiliar de serviços gerais, Adriana Ferreira, de 30 anos, também se sente prejudicada com a paralisação. “É muito ruim porque a gente precisa de atendimento e não consegue. Fica um jogo de empurra. Estou há dias precisando abrir uma conta para receber meu salário e não consigo. Minhas contas já estão todas atrasadas”, afirma.

A pensionista Eva Soares, de 62 anos, também discorda do movimento grevista. “Não apoio, penso que eles ganham bem e não poderiam prejudicar a população que depende desses serviços. Deveriam entrar em um acordo logo”, frisa.

Por outro lado, a funcionária pública, de 42 anos, identificada apenas por Adriana, apoia a paralisação. “As pessoas ainda acham que o banco tem 50 pessoas atendendo e na realidade não é assim que funciona. Hoje eles assumem outras funções, têm que bater metas, cota, passam por muitas cobranças e pressões”, observa.

A categoria pede reajuste de 16%, sendo 5,6% de aumento real e 9,88% referentes à perda da inflação, além de mais contratações e segurança. Na última reunião, realizada nessa terça-feira (20), em São Paulo, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu 7,5% e retirou o abono no valor de R$ 2.500 oferecido anteriormente. A proposta foi rejeitada pelo comando nacional de greve.

Negociação –

De acordo com a assessoria de comunicação do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, nesta tarde, o comando nacional de greve participa de uma reunião, em São Paulo, com a Fenaban para uma rodada de negociação.

A greve fechou 120 agências em Campo Grande e 23 nas cidades vizinhas à Capital. Na região de Dourados, 50 agências permaneceram fechadas conforme o último levantamento realizado pelo Sindicato.  

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