Empresa alega calote da Prefeitura e deixa terminais de ônibus sem limpeza

Nos locais, passam 180 mil pessoas por dia

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Nos locais, passam 180 mil pessoas por dia

Quem passa pelos terminais de ônibus de Campo Grande está reclamando da falta de limpeza e coleta de lixo. O serviço,  que era feito pela empresa Total Serviços Gerais de Limpeza nos nove terminais de transbordo da Capital, foi paralisado na segunda-feira (19) por falta de pagamento da prefeitura. Por dia, passam pelos locais 180 mil usuários do transporte coletivo.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no Terminal Júlio de Castilho, por volta das 14h desta quarta-feira (21), e encontrou sujeira e lixo acumulados. Uma vendedora ambulante que trabalha no terminal estava tentando amenizar a sujeira, tirando o residuo das lixeiras e jogando água para limpar o local.

Outra mulher, que não quis se identificar, comentou que o banheiro do Terminal Nova Bahia, foi limpo nos últimos dias pelos vendedores ambulantes, “porque o local não tinha mais condições de uso”.

Uma mulher que pediu para não ser identificada, disse que passa todos os dias pelo Terminal Nova Bahia, região Norte de Campo Grande, e vê a sujeira aumentar a cada dia. “As lixeiras já estão transbordando. Os vendedores ambulantes que estão limpando o terminal”, afirmou.

Um ex-funcionário da Total, que também pediu a preservação da identidade, comentou que todos os funcionários responsáveis pela limpeza nos terminais foram dispensados pela empresa. “Na quarta passada, foi feita uma reunião e disseram que a atividade ia parar por falta de pagamento. No mesmo dia, a empresa foi informada de que o dinheiro seria depositado pela Prefeitura, o que não aconteceu. Na segunda, os nós paramos, e a empresa veio ao terminais recolher todos os materiais de limpeza”, explicou ele.

Quanto ao salário de outubro, em atraso segundo o ex-funcionário, ficou acertado que dia 26 de outubro a empresa vai fazer o acerto. “Se a Prefeitura pagar até essa data, os funcionários serão recontratados segundo a empresa”. Ele espera que o caso se normalize nos próximos dias, já que o salário é a única fonte de renda da sua família.

De acordo com a encarregada pelo RH (Recursos Humanos) da Total, Ana Lúcia Agone, a empresa paralisou o serviço na segunda-feira (19) às 18h devido há 4 meses de atraso nos pagamentos. Segundo ela, a própria Prefeitura assumiu o serviço.

“Se depender dos vendedores, o local vai continuar limpo porque eles continuar zelando pelo espaço deles”, afirmou Wilson da Silva, 47 anos, que trabalha no terminal Júlio de Castilho.

Wilson e o aposentado Celso Garcia, 41 anos, reclamaram que a situação já não era fácil. “Eles já não faziam o serviço direito. Se estava ruim com eles, pior sem eles”, disse o aposentado.

O Consório Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande, informou que a paralisação traz para os funcionários das empresas os mesmos problemas que os usuários do sistema.

A Prefeitura de Campo Grande foi procurada, e até o fechamento deste texto, ainda não havia se manifestado.

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