Com ordem de despejo, famílias se desesperam ao ter de deixar casas

Moradores haviam invadido residencial na região norte

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Moradores haviam invadido residencial na região norte

Cerca de 30 famílias que moravam há pelo menos nove meses em casas invadidas nos residenciais Ary Abussafi de Lima e Gregório de Matos, tiveram de deixar os imóveis. No início da manhã desta quarta-feira (23), o clima era de desespero entre muitos moradores, durante o cumprimento da ordem de despejo, realizado pela Polícia Federal e pela Guarda Civil Municipal.

As unidades habitacionais , de 42,18m² cada uma, situadas na região norte de Campo Grande, foram inauguradas no dia 28 de outubro de 2014 e entregues às famílias que viviam em situação de risco, próximo do Córrego Segredo. Conforme matéria divulgada pelo Jornal Midiamax, em dezembro de 2014, os imóveis que estavam fechados começaram a ser invadidos pouco mais de um mês após a entrega das casas.

Nesta manhã, o clima era de preocupação no local. Muitos moradores disseram que não tinham para onde ir com a família. Lucilene de Souza, trabalha no lixão e morava com os cinco filhos em uma das casas invadidas. Despejada, ela diz que não sabe onde buscar abrigo.

“Eles vieram no último sábado e colocaram os papéis nas portas da casas. Já tínhamos entrado na Justiça, mas o juíz nem leu a nossa petição. Agora vou ter de distribuir meus filhos, móveis e procurar uma favela para morar”, declara.

A diarista Luciana da Silva, que morava há dois meses no local, diz que comprou a casa de um antigo morador. “Eu paguei R$ 8.500, sabia que não era permitido comprar, mas tinha esperança de conseguir uma casa. Tenho inscrição há mais de 10 anos. Antes de vir para cá pagava R$ 700,00 de aluguel e não tenho condições. Eu e meu marido ganhamos R$ 1.400,00, temos três filhos pequenos e tínhamos de escolher entre comer e pagar um lugar para morar”, justifica.

Com a desocupação, a família voltará para o aluguel. “Vou deixar minhas coisas na minha mãe e procurar um lugar agora”, declara.

Residenciais – Os residenciais foram construídos por meio do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), com contrapartida da Prefeitura de Campo Grande. investimento de R$ 27,4 milhões (R$ 18,7 milhões do governo federal, com contrapartida de R$ 7,9 milhões da Prefeitura e R$ 749 mil do governo do Estado.

Ao todo foram cumpridas 12 ordens de despejo no Residencial Gregório de Matos, onde foram construídas 108 unidades habitacionais e outras 18 no Ary Abussafi, onde tem 205 casas.

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