Com fim da greve, clientes formam fila na frente de agências bancárias
Alguns clientes aguardam por atendimento desde às 7 horas
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Alguns clientes aguardam por atendimento desde às 7 horas
Ansiosos com o retorno dos serviços bancários, muitos clientes decidiram ir para os bancos muito antes das 11 horas, horário em que inicia o atendimento presencial, e às 7 horas desta terça-feira (27), já havia fila em algumas unidades bancárias.
O aposentado João Barbosa de Lima, de 88 anos, foi o primeiro a chegar em uma das agências do Banco do Brasil. Mesmo com direito ao atendimento preferencial, às 7 horas, ele já estava esperando. Questionado sobre o motivo de tanta pressa, ele disse que imaginou que o atendimento seria antecipado.
“Ficaram tantos dias em greve que achei que iriam atender mais cedo hoje, mas não foi assim. Fazer o que? Agora tenho de esperar”, lamenta.
Embora não tenha se confundido com o horário, a aposentada Ivone Cavalcante, afirma que devido ao tempo de greve, o horário de atendimento deveria ser adiantado. “Deveriam atender a gente mais cedo. Ficaram muito tempo parados”, critica.
A aposentada Cosma Reis Marins Wizenfad, de 62 anos, acordou cedo para fazer uns exames médicos e decidiu ir para a agência para garantir que seria uma das primeiras a ser atendida. “Fui ao médico e aproveitei para ficar aqui. Quero ser atendida logo”, frisa.
Com a pressa pelo atendimento, a fila foi inevitável e muitos clientes, incluindo idosos aguardaram em pé. A situação chamou a atenção da funcionária pública, Rosimeire Afonso, de 54 anos, que criticou o fato.
“Isso é um absurdo. O banco sobrevive com o nosso dinheiro e esses idosos estão aguardando em pé. O banco não poderia ter parado 100%, deveria ter mantido 30% dos funcionários trabalhando. Meu dinheiro ficou preso todo esse tempo e eu não pude sacar”, relata.
Por volta das 9h30, a fila já contava com pouco mais de 20 pessoas em uma das agências da Caixa Econômica Federal, localizada na região central da cidade. O tratorista Matias Antério de Oliveira, de 46 anos, foi o primeiro a chegar ao local.
“Estou aqui desde às 7h40. Durante a paralisação não consegui sacar meu FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e hoje cheguei cedo para ser um dos primeiros a ser atendido. Achei que por ser o primeiro dia de atendimento depois da greve, estaria muito lotado”, explica.
O aposentado Paulo Ferreira Silva, de 76 anos, também chegou cedo. Às 8 horas já estava na frente da agência, o objetivo, segundo ele, era chegar cedo para fazer a prova de vida. “Gosto de andar de manhã. Vim a pé para provar ao Governo Federal que estou vivo. Não sei para quê inventaram isso”, declara. Donato Albuquerque, de 40 anos, chegou às 8h30. Ela também não conseguiu sacar oFGTS. “Vim cedo por causa da fila, não consegui sacar meu benefício. Estou desde o início da greve esperando”.
A aposentada Elizabete Gomes, de 53 anos, saiu de casa cedo apenas para fazer um depósito. Segundo ela, durante a paralisação dos bancários, não conseguia encontrar envelopes para que o procedimento fosse feito no caixa eletrônico. “Não achava, então vim cedo para fazer isso hoje. Achei que a fila estaria grande”, justifica.
O aposentado Ivanildo Vasconcelos, de 58 anos, está enfrentando a fila no lugar da esposa, que está no trabalho. “Como ela não pode sair eu vim para pegar a senha e depois ligo para ela. Como sou aposentado, posso ficar o dia todo aqui, já a minha mulher não pode”, pontua.
Paralisação –
A greve começou no dia 6 de outubro e foi encerrada nessa segunda-feira (26). O retorno foi decidido pela categoria durante assembleia realizada nessa segunda-feira (26), no SEEB-CG (Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região).
A categoria aceitou o reajuste de 10% para os salários, PRL (Participação nos Lucros e Resultado) e piso e, de 14% para o vale refeição, cesta alimentação e auxílio creche babá. A proposta foi oferecida pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) na última sexta-feira (23), mas só foi votada ontem.
Com o reajuste, o salário inicial dos profissionais de portaria será de R$ 1.377,62; escriturário R$ 1.976,00; caixa R$ 2.669,49. Já o vale refeição de R$ 26, 00, por dia, sobe para R$ 29,64 e a cesta alimentação de R$ 431,16 para R$ 491,52. O auxílio creche babá também recebe aumento de R$ 358,82 para R$ 394,70.
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