46,3% das cidades estão na faixa de 2Mbps a 12 Mbps

Atire a primeira pedra quem nunca teve dores de cabeça por causa da internet. Uma hora ele está lenta, em outra situação fica sem sinal até cair definitivamente e só voltar horas depois. 

Como outros muitos brasileiros, os campo-grandenses também reclamam da velocidade da rede. Porém, ainda, que conexão não seja como o Flash, o personagem dos desenhos, são raros os que sobrevivem longe da web, principalmente com o avanço das tecnologias.

“Lá em casa a internet é da Oi e tem dia que é melhor abandonar”, queixa-se a campo-grandense Mayara Sá.

Outro morador da cidade, Edir Viegas, reclama do tempo que a empresa NET, por exemplo, demora para restabelecer o sinal tanto da internet como da TV a cabo. “Na região do Jardim Mansour e Vila Carlota o sinal cai de manhã e só é restabelecido às 23h30”, diz.

Neste mês de maio, segundo informações apuradas pelo portal G1, a internet completa 20 anos no Brasil e um mapa elaborado com base nos dados da Anatel (Agêncial Nacional de Telecomunicações), mostra a diferença das velocidades entre os municípios. 

De acordo com o mapeamento, pode-se ver que a faixa de velocidade em Campo Grande é de 2 a 12 Mbps em 164.501 pontos de acesso. Cuiabá, Capital do Estado vizinho, o Mato Grosso, que tem 120.247 pontos de internet, também possui a mesma velocidade. Até a maior cidade do Brasil, São Paulo tem a mesma capacidade. Somente os moradores do município de Vinhedo, no interior paulista, conseguem navegar em uma velocidade bem mais alta, 34 Mbps.

Ainda de acordo com o mapeamento são cinco tipos de faixa de classificação de velocidade (0 a 512 Kbps, 512 Kbps a 2 Mbps, 2 Mbps a 12 Mbps, 12 Mbps a 34 Mbps e acima de 34 Mbps).

Veja mapa abaixo elaborado pelo G1

A velocidade média da internet no País gira em torno de 3 Mbps, o que faz o Brasil ocupar a 89ª taxa de download mais rápida do mundo, atrás de Iraque, Kwait e Sri Lanka, segundo o último relatório da Akamai, empresa de alcance global e referência na área. A Coreia do Sul, em primeiro lugar no ranking formado por quase 150 países, tem uma velocidade média de 22,2 Mbps.

O Ministério das Comunicações diz que “reconhece que há uma carência de infraestrutura ainda presente no Brasil que dificulta o acesso à banda larga de populações em algumas regiões mais isoladas e cria um hiato na disponibilidade de internet de alta velocidade no país”. “Ciente de que existe uma grande desigualdade no serviço ofertado, o governo não medirá esforços para, por meio do Programa Banda Larga Para Todos, melhorar essa realidade e diminuir os desequilíbrios regionais”, informou.

Projeto Banda Larga

O Brasil tem atualmente 24,3 milhões de pontos de acesso de banda larga fixa. Destes, 46,3% estão na faixa de 2Mbps a 12 Mbps e, segundo o Ministério das Comunicações, o Plano Banda Larga para Todos, ainda em formulação, pretende levar internet rápida, com uma velocidade média de 25 Mbps, para 95% da população brasileira até 2018.

Para chegar a esse patamar, no entanto, há um longo caminho a ser percorrido. Hoje, só 4,5% das conexões são por fibra ótica, relevam dados da Anatel.

O ministério diz que será preciso contar com “forte investimento em infraestrutura de fibra óptica e a operação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que será lançado em 2016”. A pasta afirma, no entanto, que isso ainda depende do orçamento disponível para o programa.