Infectologista afirma que 1/3 dos casos de dengue são zika
Entre os dias 8 e 15 de dezembro foram registrados 1.833 casos de dengue em Campo Grande. Na última terça-feira (8) a Prefeitura havia registrado 7.614 casos suspeitos no ano, uma semana depois o número saltou para 9.447. Dividindo o resultado pelos dias da semana, temos uma média de 261 notificações diárias. Isso, levando em consideração que a Prefeitura deflagrou uma mega operação de combate ao mosquito, que vai desde limpezas de terrenos baldios, coleta de pneus por equipes do Exército e invasões de residências abandonadas, com auxílio de policiais da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).
A ação foi reforçada pelo secretário de Saúde Ivandro Fonseca, que alegou ontem, durante audiência pública para debater ações de combate ao mosquitos, ter há uma diminuição progressiva de registros nos últimos dias. Porém analisando a média atual, entre 1º de janeiro e 8 de dezembro, onde foram registrados 22,26 casos/dia (dividimos 7,614 casos por 342 dias), e média/anual até o dia 15 de dezembro, onde foram registrados 1.833 novos casos, o valor passa para 27,14 casos/dia, ou seja, apenas a semana entre os dias 8 e 15/12 elevou a média diária anual em pelo menos 5 casos.
Ainda de acordo com a Sesau, 3.819 casos já foram confirmados com sendo dengue, cinco com o tipo mais grave da doença e três mortes em decorrência da doença. Já em relação à chikungunya, neste mesmo período ocorreram 97 notificações, com dois casos confirmados.
O zika vírus, que tem tirado o sossego das gestantes, e deixado os repelentes em falta no mercado, tem152 casos investigados, e segundo a secretaria, nenhum caso ainda foi confirmado. Porém, o infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz em Mato Grosso do Sul), Rivaldo Venâncio, que também participou da audiência pública na Promotoria de Justiça da Saúde, afirmou que pelo menos um terço dos casos registrados como dengue são na verdade, zika vírus, e que a doença também tem sido associada a outros tipos de mal formações, além da microcefalia.
Em Mato Grosso do Sul, apenas três nascimentos microcefálicos foram registrados. Todos em Dourados, mas um seria de uma paciente de Bela Vista.
