Servidores de Duque de Caxias fraudaram dados sobre vacinação de Bolsonaro, diz PF
Ex-presidente e filha não teriam sequer ido à cidade no dia indicado pelo sistema da Saúde
Agência Estado –
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A chefe da Central de Vacinas de Duque de Caxias, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, é apontada pela Polícia Federal como a responsável por excluir as informações sobre as aplicações de duas doses de vacina contra covid-19 no ex-presidente Jair Bolsonaro do sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde e trazer à tona as inconsistências sobre as supostas imunizações dele e de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos, no município. De acordo com investigações da Polícia Federal, o ex-chefe do Executivo e a adolescente não compareceram à cidade da Baixada Fluminense, governada pelo clã da família do ex-prefeito Washington Reis, no mesmo dia e local indicado pelo ConectSUS. Bolsonaro nega ter se vacinado.
“Pesquisas em fontes abertas não trouxeram elementos que indiquem que Laura tenha acompanhado seu pai nos compromissos relacionados ao cargo presidencial, no dia 13/08/2022, no Rio de Janeiro/RJ, tampouco que tenha se deslocado até Duque de Caxias/RJ para se vacinar; (v) inexistem elementos que indiquem que LAURA tenha ido a Duque de Caxias/RJ, no dia 24/07/2022, mormente porque, à época, tinha 11 (onze) anos de idade, residia “obviamente”, com seus pais em Brasília/DF”, diz a decisão de Alexandre de Moraes ao determinar buscas e apreensões e prisões de envolvidos no esquema fraudulento.
Segundo as investigações, o secretário de Governo de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, um dos presos nesta quarta-feira na Operação Venire, inseriu dados no sistema do SUS sobre a suposta vacinação do ex-presidente nos dias 13 de agosto e 14 de outubro do ano passado com doses da vacina da Pfizer. De acordo com os registros, Bolsonaro teria que ter se deslocado até o Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias na data indicada para receber as doses do imunizante. As informações são refutadas pela PF.
No dia 27 de dezembro, Claudia Helena Acosta excluiu os dados inseridos por João Carlos Brecha por “erro”. A Controladoria-Geral da União teria colhido elementos de que Bolsonaro não esteve em Caxias no dia 13 de agosto. Ele ficou no Rio de Janeiro até seu retorno para Brasília. Já na data da segunda dose, a CGU diz que não haveria nenhum indicativo que ele tenha comparecido à unidade municipal de saúde para se vacinar, mesmo porque teria embarcado para Belo Horizonte às 13h40.
Brecha foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 3, e foi encaminhado à Superintendência Regional da PF, na região portuária do Rio. Além de Sousa Brecha e do ex-major, a chefe da Central de Vacinas do município, Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, foi conduzida à sede da Polícia Federal no Rio para prestar esclarecimentos.
A Prefeitura de Duque de Caxias e a defesa de Cláudia Acosta ainda não se manifestaram sobre as acusações da PF.
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