Agência de espionagem do Brasil estima 5,5 mil mortes por coronavírus com atraso na quarentena

Um relatório atribuído a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), elaborado na noite da segunda-feira (23) e vazado ao site The Intercept Brasil logo após declaração do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional, aponta que até o fim de março os números de casos confirmados de Covid-19, causada pelo novo coronovírus, podem chegar a quase 36 […]

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Um relatório atribuído a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), elaborado na noite da segunda-feira (23) e vazado ao site The Intercept Brasil logo após declaração do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional, aponta que até o fim de março os números de casos confirmados de Covid-19, causada pelo novo coronovírus, podem chegar a quase 36 mil com adoção tardia de medidas como isolamento social e quarentena.

O mesmo relatório aponta que o número pode ser bem menor, 7,3 mil, caso as medidas sejam adotadas a tempo e estima que o número de morte no Brasil, considerando curva semelhante à China, Irã e Itália, seria de 5.571 até o dia 6 de abril. Com as medidas precoces de contenção, como na França e na Alemanha, o número cairia para 2.062.

A variação da projeção se baseia em duas possíveis curvas de crescimento da pandemia: uma mais drástica, tal qual ocorreu no Irã, Itália e China, onde as medidas foram adotadas de forma tardia. E outra amenizada, considerando países que adotaram quarentena mais cedo, como França e Alemanha.

Na prática, com base no documento vazado e atribuído à Abin, as projeções confirmam o que as autoridades sanitárias do mundo inteiro falam desde a oficialização da pandemia e também reforçam que medidas como quarentena e isolamento social são eficientes na contenção do Covid-19. Na noite da terça-feira (24), no entanto, o presidente Jair Bolsonaro relativizou a pandemia e, inclusive, criticou as medidas de quarentena adotadas por Estados e municípios Brasileiros.

Rede sobrecarregada

As projeções auxiliam as autoridades em saúde a planejar que investimentos são necessários e também a averiguar se o sistema de saúde no país é capaz de absorver a demanda por internações relativas à doença.

Com base nos dois cenários (um com adoção de medidas precoce e outro tardio), portanto, haveria duas projeções possíveis no período de uma semana. Caso a curva mais grave se confirme no Brasil, 1,72% (1.025) leitos de UTI seriam necessários até a próxima semana. Caso a situação seja contida, com base em medidas como a quarentena e isolamento social, 1,01% (602) seriam requisitados. Já na projeção para daqui a duas semanas, na curva grave seriam necessários 17,40% dos leitos, enquanto na curva considerando a situação sob controle, seriam necessários apenas 6,02%.

Em Mato Grosso do Sul, com base no cenário favorável, 0,27% dos leitos comuns da rede pública (15) e 1,20% (8) dos leitos de UTI seriam utilizados em uma semana. Na projeção para duas semanas, os números subiriam para 1,61% (90) e 6,74% (45), respectivamente. Já no cenário pessimista, com adoção tardia de isolamento, 0,45% dos leitos comuns e 1,95% leitos de UTI seriam utilizados para Covid-19 até a próxima semana. Para duas semanas, os números subiriam 4,79% e 20,06%.

Taxa de letalidade

Com base nos números do documento atribuído à Abin – 34 óbitos até a noite da segunda-feira, a taxa de letalidade do Covid-19 seria considerado baixa em relação ao ocorrido em outros países, onde a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima de 3% a 4%. Porém, de acordo com o documento vazado, o número reflete apenas o início da epidemia no país. Nesse contexto, vale destacar que o Ministério da Saúde já considera um fato o crescimento tanto de casos confirmados como de óbitos.

Clique AQUI e confira o documento na íntegra.

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