Capitalização da Previdência fica para segundo semestre, diz Maia

Segundo Maia, os partidos que apoiam a reforma da Previdência preferiram votar o texto sem a autorização para incluir a capitalização por meio de uma futura lei complementar para impedir uma desidratação maior da proposta e garantir uma economia próxima de R$ 1 trilhão nos próximos 10 anos. “Hoje não temos consenso sobre o tema […]

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Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

Segundo Maia, os partidos que apoiam a reforma da Previdência preferiram votar o texto sem a autorização para incluir a capitalização por meio de uma futura lei complementar para impedir uma desidratação maior da proposta e garantir uma economia próxima de R$ 1 trilhão nos próximos 10 anos.

“Hoje não temos consenso sobre o tema da capitalização. O tema não parece maduro. O mais importante para ter a capitalização é garantir uma economia próxima de R$ 1 trilhão. Falei com o ministro [da Economia] Paulo Guedes e expliquei que podemos retomar a capitalização com uma nova PEC, com mais calma, para explicar o assunto à sociedade. Não há rejeição à matéria, mas é preciso não pôr em risco uma economia próxima de R$ 1 trilhão”, disse Maia.

Sobre a inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência, Maia disse que trabalhará em conjunto com o relator na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), para manter os governos locais na proposta. O tema, no entanto, será retirado temporariamente do parecer até o fechamento de um acordo com governadores e prefeitos.

“No fim dos debates na comissão e no plenário, quem sabe a gente consiga tratar de estados e municípios”, declarou Maia.

De acordo com Moreira, o relatório deverá excluir as mudanças no benefício de prestação continuada (BPC) e na aposentadoria rural. A retirada desses pontos na comissão especial havia sido acertada na aprovação da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.O relator acresscentou que ainda trabalha com a possibilidade de obter uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos com a aprovação de medidas do lado de receita, que reduzam incentivos e isenções, aumentando a arrecadação da Previdência. Mais tarde, Maia disse que busca uma economia entre R$ 800 bilhões e R$ 1 trilhão.

Moreira confirmou que pretende manter a idade mínima de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres, mas pretende reduzir o tempo mínimo de contribuição para 15 anos, no caso das mulheres. Para homens, o tempo de contribuição

Em relação à proposta do governo de retirar parâmetros de idade e de tempo de contribuição da Constituição, o relator confirmou que eliminará os pontos no texto. “Gostaria de desconstitucionalizar alguns itens, mas estou aqui para reportar o que é possível fazer dentro desse processo estruturante da economia.”

Moreira também disse que estuda a diminuição, de 60 para 57 anos, da idade mínima de aposentadoria para as professoras. “Sempre tivemos preocupação social de melhorar emenda que chegou aqui com debate e participação de todos. Tivemos preocupação social aliada à preocupação fiscal. Com muita oportunidade para que oposição some na construção de uma reforma. Esta é uma pauta nacional”, afirmou Moreira.

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), agradeceu o empenho de Maia e de Moreira em aprovar a proposta. “Queria agradecer o empenho do presidente Rodrigo Maia pela aprovação da reforma da Previdência. Minha palavra é só de agradecimento, e vamos em frente”, declarou.

Durante a apresentação de pontos do relatório, os deputados da oposição José Guimarães (PT-CE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP) tentaram interromper a entrevista. Eles alegaram que a oposição não foi ouvida e que o presidente da comissão especial e o relator da proposta tinham garantido que não apresentariam pontos do relatório à imprensa antes da sessão da comissão marcada para amanhã. A entrevista coletiva foi interrompida por alguns minutos.

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