Ex-ministro da Fazenda é alvo da nova fase da Operação Lava Jato

Delfim Netto recebeu R$ 15 milhões de propina, segundo MP

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Delfim Netto recebeu R$ 15 milhões de propina, segundo MP

A casa do ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal Antônio Delfim Netto é um dos alvos da Operação Buona Fortuna, na 49ª fase da Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira (9). As investigações apuram propina para favorecer o consórcio que venceu a licitação para construção da Usina de Belo Monte, no Pará.

Delfim Netto é suspeito de receber 10% dos valores que as empresas teriam pago para serem beneficiados pelo contrato. Os outros 90% seriam divididos entre MDB e PT. O nome dele foi citado na delação de Flário Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez. O delator afirmou ter pago R$ 15 milhões ao político. Nesta sexta, o Ministério Público Federal (MPF) relatou ter rastreado valores superiores a R$ 4 milhões.

O dinheiro pago a Delfim foi uma gratificação por sua atuação na montagem do consórcio de empresas, segundo delação de Barra. O valor foi depositado por meio de contratos fictícios de empresas de um sobrinho, Luiz Apollonio Neto. Na época, o advogado Maurício Leite declarou que Delfim Netto sempre prestou consultoria e recolheu todos os impostos de acordo com a lei.Ex-ministro da Fazenda é alvo da nova fase da Operação Lava Jato

Em agosto de 2016, Delfim Netto prestou depoimento à PF e disse ter recebido R$ 240 mil do “setor de operações estruturadas” da Odebrecht, outra empresa que forma o consórcio Norte Energia, que venceu a Usina de Belo Monte.

Na ocasião, o ex-ministro alegou prestar consultorias à Odebrecht há 20 anos, mas não ter contrato assinado. E que recebeu o valor em espécie “por motivos pessoais, por pura conveniência” e que desconhecia que o dinheiro havia saído do setor de propinas da empreiteira.

Buona Fortuna

Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná e de São Paulo – quatro de busca e apreensão em Curitiba, um de busca e apreensão no Guarujá (SP), um de busca e apreensão em Jundiaí (SP) e três de busca e apreensão em São Paulo.

As investigações feitas até agora identificaram práticas semelhantes às de outras fases da Operação Lava Jato, que consistiam no pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos por parte de consórcio de empreiteiras diretamente interessado nos contratos de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Os mandados judiciais foram expedidos pelo juízo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Uma entrevista coletiva, com maiores esclarecimentos sobre a operação, será dada às 10h (DF), no auditório da PF na capital paranaense, por representantes da Polícia Federal, do Ministério Público e da Receita Federal.

(Com informações do G1)

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