‘2018 será batalha final da Lava Jato’, diz procurador

Ano decisivo para o futuro das operações 

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Ano decisivo para o futuro das operações 

Segundo Deltan Dallagnol, da força-tarefa da operação em Curitiba, eleições do ano que vem serão decisivas para o futuro das investigações anticorrupção no Brasil. Em carta, procuradores pedem apoio da sociedade.Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo afirmaram nesta segunda-feira (27/11) que 2018 será um ano decisivo para o futuro das operações de combate à corrupção no Brasil, em razão das eleições marcadas para outubro no país.'2018 será batalha final da Lava Jato', diz procurador

“2018 é a batalha final da Lava Jato. Não porque ela tem data para acabar, mas porque depende do resultado das eleições para continuar”, afirmou Deltan Dallagnol, da força-tarefa em Curitiba. No próximo ano, serão eleitos senadores, deputados federais e estaduais, governadores e presidente.

O procurador da República lembrou que a eleição de parlamentares levará ao Congresso aqueles que vão aprovar ou não medidas que permitam o combate à corrupção. Por isso, para Dallagnol, a sociedade precisa avaliar cuidadosamente os candidatos.

“A eleição de deputados federais e senadores é que determinará se existirão retrocessos na luta contra a corrupção e se existirão reformas e avanços que possam fazer o país mais justo e com índices efetivamente menores de corrupção e de impunidade”, reforçou o procurador.

Dallagnol falava durante uma entrevista coletiva concedida ao lado dos procuradores Anamara Osório Silva e Thaméa Danelon, do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, José Augusto Vagos e Eduardo El Hage, do MPF no Rio, e Carlos Fernando dos Santos Lima, do MPF no Paraná.

O grupo, que integra as forças-tarefas da Lava Jato nas três cidades, participou nesta segunda-feira, no Rio, de uma reunião para troca de experiências e para coordenar os esforços anticorrupção. A repórteres,eles falaram sobre suas preocupações acerca do futuro da operação.

Leia também: O que ameaça a Lava Jato?

Para os procuradores, o poder que os políticos detêm para travar as investigações ficou claro, por exemplo, no caso recente envolvendo a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que decidiu derrubar a prisão dos deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.

O grupo é suspeito de ter recebido propina para, em troca, defender os interesses de empresários dentro da Alerj. Eles acabaram voltando à prisão após uma segunda decisão da Justiça.

“É importante que nos posicionemos contra esse tipo de manobra, que é apenas uma amostra do que pode estar por vir do Congresso Nacional em relação à proteção da classe política contra a investigação de indivíduos ligados a fortes evidências de corrupção”, disse Dallagnol.

Ao fim do encontro, os procuradores divulgaram um documento, intitulado “Carta do Rio de Janeiro”, em que detalham as conquistas da Lava Jato nesses mais de três anos de operação, além de pedir o apoio da sociedade no que diz respeito às eleições e ao futuro das investigações.

“O futuro da Lava Jato e a esperança no fim da impunidade histórica de poderosos no Brasil dependem do Congresso Nacional. Somente os parlamentares federais podem aprovar as leis necessárias para satisfazer os anseios da população por Justiça”, diz o texto.

Por isso, “é crucial que em 2018 cada eleitor escolha cuidadosamente apenas deputados e senadores com passado limpo, comprometidos com os valores democráticos e republicanos e que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção”, conclui a carta.

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