Ricardo Barros diz que sistema possui fraudes e precisa ser repactuado

O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR) declarou que o acesso universal à saúde, direito assegurado pela Constituição de 1988, deve ser ‘repensado’. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Barros afirma que será necessário ‘repactuar’ e citou o exemplo da Grécia, que cortou gastos com aposentadorias.

Apesar de afirmar ser necessário um reajuste, o ministro não chegou a falar diretamente em cortes. “Não posso afirmar isso agora. O que existe é a certeza de que faltam recursos, mas onde haverá o impacto dessa falta nós vamos decidir depois que a equipe econômica me afirmar que não vai ter capacidade de suprir o que estava previsto no Orçamento”, disse ao periódico paulista.

Ele lembrou que, antes de estudar cortes, o governo precisa garantir que as normas atuais estão sendo seguidas. “O cartão SUS existe, mas há 300 milhões de cartões. Ele está replicado para muita gente, mas tem gente com mais de um cartão, com cartão fraudado. Ainda não estudei isso, mas minha missão é ter gestão do sistema. E só vou ter se tiver informação. Só assim vamos tomar as decisões corretas e disponibilizar os serviços adequados”.

Sobre o modo como vai combater as fraudes, ele afirmou que já está traçando um plano. “Vou criar uma equipe para cuidar de todas as más aplicações de recursos. Temos muito desperdício na gestão, que não é visível para as pessoas, e que vamos cuidar com prioridade. Mas o que é visível para o cidadão, isso nós vamos tratar rapidamente, porque ninguém aceita ter o seu imposto mal gasto”.