Diretor da Odebrecht delata entrega de dinheiro vivo em escritório de amigo de Temer

Presidente teria negociado repasse de R$ 10 milhões

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Presidente teria negociado repasse de R$ 10 milhões

O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho denunciou a entrega de dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, um dos conselheiros mais próximos do presidente Michel Temer (PMDB), durante a campanha eleitoral de 2004. As cifras fariam parte de um repasse de R$ 10 milhões que Temer teria negociado com ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, numa reunião no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, dois meses depois depois do início da Operação Lava-Jato.

As informações foram divulgadas pelo Buzzfeed e confirmadas pelo GLOBO. Esta não é a primeira vez que o nome de Yunes aparece na Lava-Jato associado a supostas movimentações financeiras de Temer. Numa das perguntas endereçadas ao presidente, o ex-deputado Eduardo Cunha levanta suspeita sobre a relação entre os dois e um suposto caixa dois. “O sr. José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB, de forma oficial ou não declarada ?”, indaga Cunha.

Cunha fez a pergunta a Temer no processo em que é acusado de receber propina para intermediar a venda de um campo seco de petróleo no Benin para a Petrobras. Temer é uma das testemunhas arroladas pela defesa do ex-deputado, que está preso em Curitiba.

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, vetou esta e mais outras 20 perguntas do ex-deputado. A explicação é que as questões não estavam relacionadas diretamente com o processo em curso contra o ex-deputado. Se quisesse, o presidente poderia responder as perguntas fora dos autos, mas até agora não o fez.

Cláudio Melo disse ainda que, dos R$ 10 milhões supostamente acertados com Temer, R$ 6 milhões seriam para a campanha de Paulo Skaf, presidente da Fiesp e candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014. Os R$ 4 milhões restantes teriam como destinatário o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, responsável pela distribuição do dinheiro entre outras campanhas do partido.

Yunes foi tesoureiro do PMDB em São Paulo. Hoje é assessor especial de Temer no Palácio do Planalto. (Com informações OGlobo)

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