Haitianos que chegaram ao Acre estão vivendo em situação precária

O governador do Acre, Tião Viana, do PT, se reúne, nesta quinta-feira (21), com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para discutir a situação dos imigrantes haitianos. O Governo Federal determinou a suspensão do envio dos imigrantes do Acre para São Paulo.

O caminho é longo. Para a maioria dos imigrantes, a viagem do Haiti até o Brasil demora, em média, oito dias. Eles saem do Haiti ou da República Dominicana de avião até o Equador. Depois, seguem pelo Peru e chegam na fronteira com o Brasil pela cidade de Assis Brasil, no Acre.

Não é só a distância que eles precisam enfrentar. Anel chegou no Acre há seis dias. Ele conta que passou por quatro barreiras policiais no Peru e foi forçado a pagar US$ 500 para seguir.

Desde 2010 já passaram pelo Acre 40 mil imigrantes – e eles não param de chegar. É tanta gente, que muitos ficam perambulando com mala e tudo, sem destino certo.

No lugar montado para receber os refugiados, a capacidade é para 200 pessoas, mas tem três vezes mais. A situação pode piorar. Um grupo estava pronto para embarcar para São Paulo, mas como as viagens para a capital paulista foram suspensas, muitos resolveram escolher outras cidades.

Um cartaz anuncia que agora os ônibus vão partir para Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, mas ninguém sabe dizer quando. O defensor público da União, Wembley Campos, fez uma vistoria no lugar e constatou as precárias condições para atender os imigrantes. Ele discorda da medida de evitar que eles sigam viagens para São Paulo. “Diante disso, nós vamos procurar alternativas e tentar sensibilizar as autoridades a reverter esse tipo de situação”, afirma.