Após derrota de Chinaglia, ministros negam “erro de estratégia” na Câmara
Chinaglia perdeu a eleição para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no primeiro turno
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Chinaglia perdeu a eleição para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no primeiro turno
Os ministros das Relações Institucionais, Pepe Vargas, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, negaram nesta segunda-feira (2) que o Planalto tenha errado na estratégia para tentar eleger o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) presidente da Câmara. Chinaglia perdeu a eleição para Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no primeiro turno.
Pepe afirmou que o governo não deverá retaliar os membros do bloco parlamentar que “traíram” a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara dos Deputados. O bloco de Chinaglia contabilizava pelo menos 180 votos, mas o petista teve apenas 136, 44 a menos. “Isso [retaliação] não existe. A gente não vive aqui um processo desse tipo”, afirmou Vargas.
Pepe e Mercadante foram apontados como os principais articuladores do governo em favor da candidatura de Chinaglia. Durante as eleições, a atuação do governo em prol da campanha do petista foi criticada por Eduardo Cunha.
“O governo não estabeleceu estratégia nessa eleição. O governo não usou a estrutura nem a favor de um ou de outro [candidato]. Congelou todo o processo de montagem do segundo escalão. Se o governo quisesse trabalhar usando sua estrutura, ele usaria poderia usar a montagem do segundo escalão”, afirmou Pepe.
Mercadante não admitiu que o governo tenha errado em sua estratégia durante as eleições para a Mesa Diretora da Câmara. “Essa [o Congresso] é uma casa política. A gente ganha, a gente perde. O importante é manter o diálogo e a disposição de construir uma agenda que o país precisa. A indicação da Mesa [Diretora], das comissões, é o primeiro momento. O que importa é o que diz respeito à vida do povo”, afirmou.
Segundo escalão
Os dois ministros comentaram também como ficará a composição dos cargos de segundo escalão do governo federal.
Pepe disse que, agora que as eleições no Congresso foram realizadas, o governo deverá retomar o processo de escolha dos cargos do segundo escalão do governo. Segundo ele, a retomada nas nomeações é uma prova de como o governo não interferiu na disputa. “Nós tínhamos anunciados e assim o fizemos, não nomeamos nenhuma função de segundo e terceiro escalão para deixar clara a neutralidade do governo para não puxar a brasa pro assado nem pra um e nem de outro. Agora terminou o processo e vamos retomar o processo”, afirmou.
Já Mercadante disse que as negociações com os partidos da base aliada com vistas às indicações para cargos do segundo escalão começaram e terão a condução da presidente Dilma.
“Nós já recebemos as solicitações dos partidos. Não houve nenhum compromisso até esse momento. A partir de agora, começam as negociações com os partidos para definir o segundo escalão e buscar combinar o critério técnico da competência com o critério político do apoio parlamentar”, disse Mercadante.
Pepe Vargas minimizou ainda o impacto negativo que o resultado das eleições da Casa possa ter tido para o governo.
“Eu não vejo uma disputa com essa com o grau de dramaticidade que outros veem. Numa democracia, as disputas são positivas, não são necessariamente negativas”, afirmou.
Pepe Vargas voltou a afirmar que o governo não interferiu no processo de escolha do presidente da Câmara. Ele disse ainda acreditar que o novo presidente da Câmara irá montar a pauta de votações da Casa em “diálogo” com o governo. “Temos certeza de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, vai estabelecer a pauta que é a pauta da vontade da maioria do parlamento brasileiro e vai também fazer a pauta em diálogo com o governo”, afirmou.
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