Alarmante: casos de Aids na Capital aumentam 117% em relação a 2016
Número de infectados subiu em todo o Brasil
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Número de infectados subiu em todo o Brasil
Campo Grande passa por um aumento do número de notificações de casos de HIV e Aids, segundo dados revelados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) ao Midiamax. Nos primeiros 5 meses do ano, o número de casos notificados de adultos com Aids subiu de 57 em 2016 para 124 no mesmo período de 2017, representando um aumento de 117%.
Nesta semana, a UNAids, órgão específico das Nações Unidas que trabalha com a com a contenção da doença, divulgou que o número absoluto de novos casos de Aids no Brasil aumentou 3% de 2010, quando 47 mil novos casos foram notificados, para 2016, com 48 mil novas notificações. O crescimento contraria a tendência mundial, que registra queda de 11%, diz a UNAids.
Os números divulgados pela Sesau são curiosos, pois observa-se uma redução de 42% de janeiro a maio de 2016 – com 57 novos casos – em relação aos primeiros 5 meses do ano de 2015 – quando foram detectados 99 novos doentes. O número de casos notificados em 2017 é 25% maior que o registrado em 2015.
De acordo com a médica infectologista e professora de medicina da Uniderp, Andrea Lindemberg, os números demonstram que a população não está se protegendo. Segundo ela, não há dados que possam atribuir o aumento dos números à falta de campanhas.
De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, no Brasil vivem 827 mil pessoas com HIV e Aids. Desse total, 372 mil ainda não estão em tratamento, e, destas, 260 já sabem que estão infectadas. Além disso, outras 112 mil pessoas vivem com HIV e ainda não sabem. Mesmo com o aumento de notificação dos casos, o Ministério da Saúde alega que “a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos a cada 100 mil habitantes, com cerca de 41,1 mil casos novos ao ano”.
Aumento principalmente entre os jovens
Os dados do Ministério da Saúde apontam que a epidemia de Aids se concentra principalmente entre populações vulneráveis e nos mais jovens. “Destaca-se o aumento em jovens de 15 a 24 anos, sendo que entre 2006 e 2015 a taxa entre aqueles com 15 e 19 anos mais que triplicou, passando de 2,4 para 6,9 casos a cada 100 mil habitantes. Entre os jovens de 20 a 24 anos, a taxa dobrou, passando de 15,9 para 33,1 casos a cada 100 mil habitantes”.
Conforme divulgado recentemente pelo G1, especialistas sugerem que as razões do aumento da disseminação da doença entre os jovens “estão ligadas a fatores como surgimento de aplicativos que facilitam encontrar parceiros sexuais e diminuição de programas de educação nas escolas”.
O Ministério da Saúde alega que o Brasil tem trabalhado diversificadamente combinando prevenção, profilaxia pós-exposição e profilaxia pré-exposição. “As ações de prevenção focalizadas em grupos que concentram maior carga de infecção pelo HIV, como homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, população trans, etc, vem sendo continuamente ampliadas”.
No que diz respeito aos jovens, o ministério informa que o foco está nesta faixa etária, com campanhas de prevenção. “O Ministério da Saúde desenvolve, em conjunto com as secretarias estaduais e municipais de saúde, ações e campanhas regionais e municipais por ocasião de eventos específicos destinados à juventude, como shows e festas regionais”.
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