Pesquisa foi feita por cientistas da USP e Universidade da Califórnia

Um novo estudo realizado por pesquisadores do ICB (Instituto de Ciências Biológicas) da USP mostra, pela primeira vez, que a linhagem do vírus zika existente no Brasil atravessa a placenta da mãe, atingindo assim o cérebro dos fetos, provocando problemas como microcefalia. O experimento foi feito com camundongos.

De acordo com o jornal mineiro O Tempo, o grupo de cientistas que realizou a pesquisa é ligado à Rede Zika, uma força-tarefa criada em São Paulo para combater a epidemia do vírus. Eles também utilizaram mini-cérebros desenvolvidos em laboratório com células-tronco, para mostrar como o vírus afeta o cérebro dos fetos.

Os cientistas utilizaram amostras do vírus que foram obtidas em pesquisas na Paraíba. Elas foram isoladas e introduzidas em fêmeas de duas espécies diferentes de camundongos. Após o nascimento dos filhotes infectados, os pesquisadores notaram que os animais recém-nascidos apresentavam o vírus em vários tecidos do corpo, além de crescerem mais lentamente, em relação a filhotes não infectados.

Zika mais agressivo

Além disso, os pesquisadores também chegaram à conclusão de que a variação brasileira do vírus zika é provavelmente mais agressiva do que a linhagem africana, a primeira a ser identificada e que inicialmente infectava espécies de macacos. As pesquisas foram coordenadas por Jean Pierre Peron e Patrícia Beltrão Braga, ambos do ICB-USP, em parceria com Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia.