Mãe e filha se reencontram após quase 40 anos morando na mesma cidade

Para as duas, agora é hora de recuperar o tempo perdido

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Para as duas, agora é hora de recuperar o tempo perdido

Durante quase 40 anos, a dona Isolete Rodrigues, moradora da cidade de Piripiri, a 166 km de Teresina, se perguntou onde estaria sua primeira filha, de quem se separou quando a menina tinha poucos meses de vida. Essa angústia acabou por acaso, quando a filha Luciana descobriu que a mãe morava a menos de 4 km de distância de sua casa.

“Foi um encontro lindo, muito emocionante. Estou feliz, sem acreditar. Domingo, é nosso almoço em família, ela vai fazer um almoço especial para mim e para a família que me criou”, disse a dona de casa Luciana Rodrigues, que tem de idade o mesmo tempo das saudades da mãe: 39 anos.

O reencontro aconteceu na quinta-feira (12), quando Luciana precisou ir até a delegacia da cidade. Quando o escrivão João Paulo Sales perguntou sobre a filiação dela, Luciana comentou que nunca tinha conhecido a mãe. “Eu ouvi o nome da mãe dela, Isolete, e achei que já tinha ouvido antes. Fiz uma busca no nosso sistema e encontrei até o endereço dela”, lembrou João Paulo.

O policial então pediu que a filha esperasse e foi até a casa de dona Isolete. “Na casa dela, ela me disse que tinha quatro filhos, mas fazia 39 anos que não via uma filha. Eu percebi que as histórias batiam e levei a Luciana até a casa da mãe”, contou.

Dona Isolete mora no bairro Flor do Campo, enquanto Luciana mora no bairro Floresta. As duas localidades ficam a menos de 4 km de distância. Mãe e filha moraram por quase quatro décadas na mesma cidade até se reencontrarem.

39 anos sem notícias

Após o reencontro, Luciana Rodrigues pôde finalmente conhecer a história da mãe. Dona Isolete chegou em Piripiri em 1979, grávida de Luciana e sozinha. “O pai dela não quis assumir, e tive que me virar. Naquela época, uma mulher grávida sem ser casada era expulsa de casa pelos pais”, disse dona Isolete.

Com a ajuda de seu grande amigo Dideca, ela começou a trabalhar em um hotel da cidade e como empregada doméstica em casas de famílias. Quando a menina nasceu, dona Isolete decidiu entregar a filha para que outra família criasse. “Era muita pobreza naquela época, eu não tinha condições de criar ela”, comentou a mãe.

Meses depois, ela conta que se arrependeu, mas não conseguiu entrar em contato com a família que recebeu Luciana. “Eu nunca esqueci minha menina. Não dá para esquecer o momento em que peguei e dei ela”, relembrou dona Isolete.

Além de reencontrar a mãe após 39 anos de separação, Luciana Rodrigues pôde também conhecer sua avó, seus três irmãos e dois sobrinhos. Enquanto isso, dona Isolete conheceu a neta Rita de Cássia de 18 anos. “Eu já tinha dois netinhos, e agora tenho uma neta, morta de linda!”, brincou a animada dona Isolete.

Luciana contou que, de agora em diante, quer ficar perto da mãe e conhecê-la melhor. Para as duas é tempo de recuperar o tempo perdido. “Ela veio ontem aqui com minha avó e ficou um bom tempo. Tomamos café juntas, conversamos. O dia das mães deste ano vai ser o melhor da minha vida”, disse.

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