Justiça suspende bloqueio de R$ 217 milhões de usina da tapa-buracos
Grupo foi alvo de duas ações que bloquearam R$ 1 bilhão
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Grupo foi alvo de duas ações que bloquearam R$ 1 bilhão
O desembargador Marco André Nogueira Hanson, da 1ª Vara de Direitos Difusos de Campo Grande, suspendeu um bloqueio de R$ 217 milhões sobre as contas da empresa Usina de Asfalto Santa Edwiges, e de seus sócios, Onofre da Costa Lima e Cláudio Caleman.
Os empresários entraram com um agravo de instrumento contra a decisão do juiz Marcel Henry Batista de Arruda, que bloqueou as contas da empresa e de diversos outros réus em uma ação impetrada pelo MP-MS (Ministério Público Estadual), que acusa o grupo de um suposto esquema de desvio de dinheiro nas operações de tapa-buracos. O agravo foi impetrado pelo advogado Fabrício de Moraes, representante da empreiteira.
O MP-MS propôs duas ações sobre o caso, totalizando bloqueios de mais de R$ 1 bilhão dos réus. Entre os investigados, está o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB), o ex-secretário Municipal de Infraestrutura Semy Ferraz, e empresas como a Pavitec e Usimix.
O desembargador Marco Hanson determinou a suspensão do bloqueio da empresa na 2ª instância, abrindo brecha para novos agravos dos outros investigados. O MP-MS pode ainda responder ao recurso e pedir a volta do bloqueio bancário.
Desvios na tapa-buracos
O MP-MS acusa o grupo formado pelo ex-prefeito Nelsinho Trad, ex-secretários, empresários e empreiteiras, de operarem um esquema de desvio de dinheiro que teria resultado em mais de 30 contratos com empresas ‘seletas’, que superaram o custo de R$ 372 milhões até 2015.
Os contratos foram firmados entre 2010 e 2012. Eles tiveram anuência do então secretário de Infraestrutura, João de Marco. O diretor de manutenção de vias, João Parron, o chefe da divisão de manutenção, Sylvio Cesco, e o diretor-geral de Compras, Bertholdo Figueiró Filho, também integravam o esquema.
De acordo com o MP-MS, eles trabalhavam de forma que as regras das licitações favorecessem as empresas integrantes do esquema. No período investigado, entre 2012 e 2010, a Prefeitura gastou R$ 226,3 milhões só com os serviços de tapa-buracos.
O MP-MS também informa que o material fornecido para pavimentação prevista nos contratos era insuficiente, mesmo assim, Nelsinho teria aumentado consideravelmente as metas previstas para a aplicação de concreto usinado na tapagem dos buracos, “o que fez para viabilizar a execução do esquema criminoso”.
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