Fazendeiros desafiam Justiça e prometem leilão para bancar luta contra índios, mesmo com multa

Durante a Audiência Pública ‘Paz no Campo’ que iniciou na Câmara Municipal às 14h00 desta quinta-feira (05), o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, disse que os produtores irão recorrer da determinação judicial que suspende o leilão criado pelos produtores para financiar o combate as invasões de terras por indígenas. O presidente […]

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Durante a Audiência Pública ‘Paz no Campo’ que iniciou na Câmara Municipal às 14h00 desta quinta-feira (05), o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, disse que os produtores irão recorrer da determinação judicial que suspende o leilão criado pelos produtores para financiar o combate as invasões de terras por indígenas. O presidente classificou a decisão da juíza da 2ª Vara Federal de Campo Grande, Janete Lima Miguel, como ‘emocional’.

“Nós vamos fazer o evento e será dentro da Lei”, garantiu Maia na reunião, o que indica que mesmo se não conseguir reverter na Justiça os produtores deverão pagar a multa de R$ 200 mil estipulada pela juíza na tarde da quarta-feira (04).

O pedido pelo cancelamento do ‘Leilão da Resistência’ foi ingressado na Justiça pelo Conselho Aty Guassu Guarani Kaiowá e Conselho Terena. Segundo as entidades, que também denunciaram no Ministério Público Federal, os produtores estariam levantando recursos para montar uma milícia que agravaria ainda mais o conflito no campo.

Na tribuna do Plenário Edroim Veredicto, Chico Maia leu uma ata da Polícia Federal em que consta um lista de indígenas apreendidos com armas. O presidente da Acrissul questionou os presentes se documento não seria uma prova de que os índios se organizam em milícias. Ele disse ainda que no panfleto de divulgação do ‘Leilão da Resistência’ não havia nenhuma insinuação para um incentivo ao conflito armado.

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