Humberto Espíndola expõe rosas-boi e suas obras mais recentes no TJMS

Entre membros de todas as etnias sentados à mesa para a Santa Ceia, um nelore acompanha ao pé da cena a formação sacra na pintura de Humberto Espíndola. Rompendo com os tradicionais carros de boi, também presentes em suas obras, a exposição do artista “Pinturas Recentes” reúne quadros feitos no último ano para a apreciação […]

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Entre membros de todas as etnias sentados à mesa para a Santa Ceia, um nelore acompanha ao pé da cena a formação sacra na pintura de Humberto Espíndola. Rompendo com os tradicionais carros de boi, também presentes em suas obras, a exposição do artista “Pinturas Recentes” reúne quadros feitos no último ano para a apreciação do público dos dias 06 a 19 de dezembro no saguão do TRJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Humberto Espíndola revela que quando sentiu que deveria desenvolver um estilo próprio refletiu sobre o estilo norte americano, sempre estampado na imprensa nos anos 60. Ele conta que precisava encontrar uma cara para o Mato Grosso do Sul ser visto no Brasil e, então, se inspirou no desenho dos bois.

“Não foi uma atração estética pelos traços do animal, mas fiquei inspirado em pintar algo que era a nossa cara. Muitos diziam que o boi era feio, que eu deveria pintar cavalos”, lembra, rindo.
O tempo ajudou a mudar esta visão que as pessoas tinham do boi e para o artista, esta mudança se revela em leilões de gado, quando o público se mostra encantado com a beleza de um nelore, por exemplo.

Ao visitante estão reservados quadros que trazem as conhecidas rosas-boi do Espíndola, com desenhos que trazem traços do gado em meio às pétalas de rosas, formando desenhos abstratos. As obras são marcadas por desenhos tradicionais também, como na exposição “Cupins”.

O artista

Campo-grandense, Humberto Espíndola começou a pintar aos 21 anos de idade e é bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná. Personagem expressivo da arte brasileira, sua trajetória é amplamente reconhecida por meio da Bovinocultura, tema criado e desenvolvido pelo artista desde 1967, com o qual conquistou uma posição histórica no capítulo da descentralização da arte brasileira. Tem seu trabalho registrado em bibliografias de referência e livros de arte contemporânea.

Após consagrar-se nacionalmente, foi selecionado para representar oficialmente o Brasil em diversas exposições internacionais, a maioria delas bienais de grande expressividade, entre as quais se destacam a Bienal de Cuenca, Equador, 1989; Bienal de Havana, Cuba, 1984; Bienal Ibero-americana de Pintura do México e Bienal Latino-americana de São Paulo, ambas em 1978; Bienal de Veneza, Itália e 3ª Bienal de Arte Coltejer, Medellin, Colômbia, em 1972; 10ª e 11ª Bienal Internacional de São Paulo, 1969 e 1971.

Premiado em mais de quarenta salões nacionais de arte, Espíndola tem os méritos da sua trajetória reconhecidos, como a “Homenagem Especial pela Contribuição à Cultura Brasileira”, da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA (2004), o “Prêmio de Melhor do Ano em Pintura” pela Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA (1977) e o título de “Cidadão Benemérito de Campo Grande”, pela Câmara Municipal (1971).

Com o poeta Manoel de Barros, a cantora Vanessa da Mata, os atores Totia Meireles e Otaviano Costa, a crítica de arte Aline Figueiredo e o artista plástico João Sebastião Costa, entre outros, na semana passada Humberto Espíndola recebeu a “Medalha de Honra ao Mérito Cultural Lenine Póvoas”, outorgada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

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