‘Mais grave é o tempo que ficou parado’, diz Camila Jara sobre investigações da morte da Marielle

Deputada federal afirma que há ‘fortes indícios de ligação com o ex-presidente da república’

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Camila jara deputada bancada ms
Camila Jara, deputada federal por MS | (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Após cinco anos, a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco teve novos capítulos e pode se aproximar de um desfecho. Para a deputada federal por Mato Grosso do Sul, Camila Jara (PT), o ‘mais grave é o tempo que o processo de apuração ficou parado’.

“O assassinato de Marielle não só tirou a vida dela como é uma afronta à liberdade e à democracia”, disse ao Jornal Midiamax. Assim, Camila destaca que “o mais grave é o quanto as investigações em relação a uma parlamentar eleita ficaram tanto tempo sem ter andamento”.

A deputada acredita em possíveis indícios de ligação do crime com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O que mais me deixa estarrecida é o fato de ter fortes indícios de ligação com o ex-presidente da república ou da sua família”, diz.

Segundo ela, a luta por direitos humanos chama atenção. “No nosso país, que se diz livre, não se pode lutar pelos direitos humanos. Quando alguém ousa lutar pelos direitos humanos e incomoda os poderosos, acaba assassinado, como foi o caso de Marielle Franco”, comenta.

Por fim, Camila defende que “as investigações andem cada vez mais rápido e que a gente consiga apurar e responder para toda sociedade por que e quem mandou matar Marielle Franco”.

A reportagem acionou a bancada federal de Mato Grosso do Sul sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Além das expectativas das apurações, foi questionado como enxergam o andamento da investigação com o novo governo e após cinco anos do crime.

Operação

Em 16 de fevereiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou novas ações nas investigações do caso da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Ele informou que a apuração contaria com parceria entre a PF (Polícia Federal) e o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).

Assim, a Operação Élpis aconteceu na segunda-feira (24) e prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Ele teria monitorado os passos de Marielle desde 2017.

A ação aconteceu no Rio de Janeiro, deflagrada pela PF, FT-MA (Força Tarefa Marielle e Anderson), e o Gaeco-MPRJ(Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro).

Nos últimos quatro anos, as investigações do caso Marielle caminharam devagar. Durante o período, a Polícia Federal estava sob comando do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Os assassinatos ocorreram em 14 de março de 2018, por volta das 21h30. Marielle e Anderson foram mortos em um carro, na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na região central do Rio de Janeiro.

Eles foram atingidos por diversos disparos e a assessora da vereadora também estava no veículo, mas sobreviveu aos ferimentos.

Vale lembrar também que o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 51 anos, está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, desde dezembro de 2020. Ele é suspeito no caso do assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Conteúdos relacionados

Pantanal de MS