Deputados criticam edital da UEMS que usa linguagem neutra: ‘os/as/es’
O fato da publicação conter pronome neutro causou um alvoroço entre os deputados
Anna Gomes, Mariane Chianezi –
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A Publicação de um edital de pós-graduação da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), que usa pronome neutro ‘os/as/es’ gerou polêmica durante a sessão desta quarta-feira (17), da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul).
Conforme publicado na página 79 do Diário Oficial do Estado de MS de hoje, o edital da Uems traz o pronome neutro (aquele isento de indicação de gênero) para realizar a abertura de inscrições dos candidatos.
O fato da publicação conter ‘os/as/es’ causou um alvoroço entre os deputados de Mato Grosso do Sul. Rafael Tavares (PRTB) chegou a fazer um requerimento para ser encaminhado ao reitor da Universidade.
“Faço essa denúncia para que não utilize linguagem neutra principalmente em universidades. Parece até algo infantil e coloca os alunos em uma situação ridícula”, disse.
O emedebista Márcio Fernandes disse que é proibido por Lei usar a linguagem neutra em documento oficial e pediu para o Presidente da Casa, Gerson Claro (PP), também fazer um requerimento.
Fernandes se refere à Lei 5.820 que foi sancionada pelo governo do Estado e garante o uso da norma culta da língua portuguesa nas instituições de ensino, documentos oficiais e confecções de materiais didáticos.
O então Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sancionou a lei, que foi publicada no último Diário Oficial de 2021. Conforme a publicação, é obrigatória a utilização da norma culta da língua portuguesa, como forma de padronização do idioma oficial do País.
A norma só não se aplica nos casos em que houver necessidade da utilização da língua indígena em ambiente escolar. O deputado alega ainda que a linguagem neutra não irá combater o preconceito, já que, segundo ele, a intolerância não tem a ver com gramática, mas com o comportamento de cada um.
“Não há sensibilidade alguma em quem defende esse padrão de linguagem porque, em nome de uma ideologia, exclui milhões de brasileiros que enfrentam muitas barreiras para aprender a norma atual. Não é inclusivo, é ideológico”, concluiu o deputado.
Na contramão, o deputado Pedro Kemp, do PT, diz que a linguagem está sempre evoluindo destacando que é a favor da proibição. O petista também ressalta que é desnecessário criar uma lei para ‘enquadrar as pessoas’.
“Na época da votação, votei contra a lei (de autoria do Márcio Fernandes) por acreditar que a nossa linguagem é viva e evolui. A linguagem está sempre sendo modificada em função dos costumes da época. Eu sou contrário a esse tipo de proibição porque a língua vai incorporando a novas formas de se expressar. Acho desnecessário criar uma lei para enquadrar as pessoas porque na prática as pessoas falam e modificam a língua conforme a história”.
A equipe de reportagem do Midiamax entrou em contato com a Uems para saber se usar o pronome neutro será uma prática da universidade futuramente, mas até o fechamento desta matéria não obteve respostas. O canal segue aberto para manifestação.
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