Em áudio vazado, o ministro da Educação Milton Ribeiro afirmou que recursos de auxílio pós-pandemia serão enviados prioritariamente para escolas indicadas por pastores. Em sessão deliberativa, a senadora (MDB) questionou a fala e apontou: “não é só tráfico de influência”.

Quem levou o assunto para o Plenário foi o senador Omar Aziz (PSD-AM). O áudio em questão foi compartilhado pelo G1. “A minha prioridade é atender primeiro aos municípios que mais precisam e em segundo atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, diz o ministro na gravação.

Para a senadora por Mato Grosso do Sul, além das vítimas da Covid, os alunos são as maiores vítimas da pandemia. Simone considera que a pandemia foi “mal conduzida pelo presidente da República, que fez com que a gente ficasse quase dois anos com as portas fechadas”.

Ela afirmou que “se ele tivesse conduzido bem faria o que o mundo fez”, se referindo ao de três meses e retomada escalonada da economia. “Portanto o maior crime que se foi feito, não só com as vítimas fatais, foi com as nossas crianças e nossos adolescentes que ficaram basicamente dois anos fora da sala de aula”, relatou.

Durante a fala na sessão, a senadora ainda apontou que nenhum bolsonarista foi defender o ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não tem ninguém que sustente áudio vazado pelo G1”, destacou.

A senadora citou a operação matemática de intersecção, afirmando que os municípios que mais precisam do auxílio são todos, já que o Brasil inteiro manteve as escolas fechadas. “Então vamos ter em 100% de prioridade absoluta as indicações dos pastores, porque não tem nenhum município que não tenha urgência pela educação”.

Assim, questionou: “O que está por trás disso? Que outros tipos de crimes de administração estão por trás disso? Que outro interesse privado está por trás disso?”.

Ministro nega

Em nota, o ministro da Educação negou que tenha afirmado favorecimento de determinadas instituições. “Diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado“, dizia a nota do Ministério da Educação.