Indiciado por propina, Reinaldo é lembrado por histórico contra indígenas

Recentemente indiciado por lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e corrupção passiva, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) possui histórico contra indígenas do Estado. Desde 2013, quando ainda exercia cargo de deputado, Reinaldo aparece em cenários que desfavorecem índios sul-mato-grossenses. Então, ainda como deputado federal, Reinaldo participou de um leilão,…

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Recentemente indiciado por lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e corrupção passiva, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) possui histórico contra indígenas do Estado. Desde 2013, quando ainda exercia cargo de deputado, Reinaldo aparece em cenários que desfavorecem índios sul-mato-grossenses.

Então, ainda como deputado federal, Reinaldo participou de um leilão, conhecido como Leilão da Resistência. O evento promoveu o encontro de ruralistas e visou a doação de suprimentos, em dinheiro ou não, para o avanço do agronegócio em terras indígenas.

Na época, Azambuja era líder da bancada ruralista na Câmara dos Deputados Federais. Segundo o portal ‘De olho nos ruralistas‘, o atual governador viabilizou a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Nº 215/2000. Com a aprovação da proposta, a Constituição Brasileira foi alterada e passando a decisão final de demarcações de terras indígenas para o Congresso. Antes, apenas o Poder Executivo decidia sobre as demarcações, com base nos órgãos técnicos.

Histórico de confrontos

Desde que assumiu o cargo de governador do Estado, Reinaldo Azambuja vivenciou, junto com os sul-mato-grossenses, vários confrontos entre fazendeiros e indígenas. Logo no começo do mandato, em 2016, um confronto causou a morte do guarani-kaiowá e agente de saúde indígena, Cloudione Rodrigues Souza.

Assim, após a morte de Cloudione, Azambuja propôs que a União auxiliasse o Estado. De acordo com o G1, o governador esperava que uma dívida estadual de R$ 80 milhões fosse abatida. Segundo ele, a quitação poderia ajudar nas demarcações de territórios indígenas.

Apesar destes casos parecem distantes, em 2020 o MPF-MS (Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul) entrou com ação para que o Estado disponibilizassem água potável para aldeias de MS. De acordo com o relatório, duas comunidades indígenas não possuíam acesso a água e uma sofria com o abastecimento à fracionado sendo interrompido sempre que é necessário encher os reservatórios.

Doações suspeitas

Indiciado por propina, Reinaldo é lembrado por histórico contra indígenas
Foto: Reprodução.

Muitas das doações de campanha do atual governador são suspeitas e envolvem nomes de fazendeiros e pecuaristas, que foram até mesmo indiciados junto com Reinaldo. Na campanha de 2014, primeira para ser eleito como governador, um dos maiores doadores individuais foi o pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda, com cerca R$ 550 mil, segundo levantamento do ‘De olho nos ruralistas’.

O nome de Ivanildo já estava envolvido na operação Lama Asfáltica, quando foi preso, e recentemente apareceu na lista dos indiciados da Operação Vostok. Também envolvido na campanha de 2014 e indiciado na operação de 2020, Roberto de Oliveira Silva Junior teria R$ 700 mil para Azambuja.

Leo Renato Miranda também aparece nos doadores de 2014, com R$ 250 mil, e é outro indiciado pela operação. Pela Vostok, realizada pela PF (Polícia Federal), Reinaldo é suspeito de ter recebido R$ 67 milhões em propina pagos pela JBS. Com o esquema, os cofres estaduais tiveram prejuízo estimado em R$ 209 milhões.

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