Cada governo aportaria uma parte

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) acredita que se a questão da dívida de Mato Grosso do Sul avançar e ocorrer recontratualização o Estado pode auxiliar a União a tirar do papel a demarcação das áreas indígenas.

“Se acontecer a recontratualização da dívida e da forma que vier, pode aumentar o fluxo financeiro até para o Estado poder ajudar nessa questão das demarcações. O governo Federal aporta uma parte e a gente aporta outra e tenta distensionar este conflito das regiões em Mato Grosso do Sul”, disse durante agenda pública na tarde desta sexta-feira (17).

Os governadores de todos os estados do Brasil devem se reunir na casa do chefe do Executivo de Brasília na próxima segunda-feira (21), justamente para levar um única proposta à União em relação a dívida. “Fizemos uma proposta ao governo Federal e a União fez outra. Vamos nos reunir para ver se fechamos isso”, explicou.

No noite desta sexta Azambuja tem jantar marcado com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, no CMO (Comando Militar do Oeste). Na pauta está a tensão entre indígenas e produtores rurais em Caarapó, a 276 quilômetros de Campo Grande.

Ocupação e conflito – Cerca de 600 indígenas, da etnia Guarani-Kaiowá, estão desde o último domingo (12), ocupando a fazenda Yvu, em Caarapó. A área reivindicada faz parte, segundo a comunidade, do território Tey’i Juçu e fica ao lado da aldeia Tey Kue. Na terça-feira (14), o agente de saúde indígena Cloudione Rodrigues Souza, de 26 anos, foi atingido por um tiro durante um confronto e morreu antes mesmo de chegar ao hospital.

Ficaram feridos no confronto um menino de 12 anos, que foi atingido com um tiro na barriga. Ele foi operado e já está consciente. O garoto teve lesões no estomago, intestino e rim. 

Jesus de Souza, de 29 anos, também ferido na barriga passou por cirurgia está consciente. Libesio Marques Daniel, de 43 anos, levou quatro tiros e foi ferido no tórax, barriga e cabeça. Ele não precisou passar por cirurgia e está consciente. Valdilio Garcia, de 26 anos, foi ferido com um tiro no tórax e passou por cirurgia para a instalação de um dreno. Norivaldo Mendes, de 37 anos, liderança indígena passou por um procedimento cirúrgico para colocação de um dreno no tórax.