Em MS, partidos apostam no adiamento de eleição por no máximo 2 meses
Partidos políticos que estão se organizando para disputar as eleições municipais em Mato Grosso do Sul apostam que, se concretizado o adiamento das eleições municipais em função da pandemia do novo coronavírus, isso não se dará por período superior a dois meses, mantendo o pleito dentro do ano eleitoral. Nesta terça-feira (19), o presidente da […]
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Partidos políticos que estão se organizando para disputar as eleições municipais em Mato Grosso do Sul apostam que, se concretizado o adiamento das eleições municipais em função da pandemia do novo coronavírus, isso não se dará por período superior a dois meses, mantendo o pleito dentro do ano eleitoral.
Nesta terça-feira (19), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que o Congresso Nacional montará grupo para iniciar na próxima semana as discussões sobre assunto e adiantou que há entendimento para que os atuais mandatos não sejam prorrogados.
Em Campo Grande, dirigentes apontam uma série de entraves para que a extensão do calendário seja feita por longo prazo. Dentre elas, que não haveria ninguém apto a comandar os municípios a partir de 31 de dezembro. “Qualquer alteração não pode recair para o vice, porque também foi eleito junto com o prefeito. Nem para o Procurador-Geral, porque foi nomeado pelo prefeito. A única alternativa seria o Judiciário”, pontuou o presidente municipal do PSD, Antônio Lacerda.
De acordo com ele, contudo, essa opção seria inviável porque faria com que os 5.570 municípios do País passassem a ser administrados por juízes de Direito. “A única possibilidade de adiamento é dentro do ano eleitoral no máximo ate 31 dezembro”, enfatizou.
Na avaliação dele, não há razão para mudar o texto constitucional por conta de um ou dois meses e, por isso, o calendário aprovado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deve ser mantido. Opinião semelhante tem o presidente do PSDB na Capital, vereador João César Mattogrosso. “Eu acredito que as eleições irão acontecer até porque no Congresso seria um barulho muito grande pra estender por apenas mais um mês. Acho que vão acabar dilatando isso por duas semanas, é o que temos escutado”, comentou.
Eleições unificadas
Para o tucano, o momento seria oportuno para reacender as discussões sobre a unificação das eleições municipais e estaduais, inclusive como forma de reduzir os custos aos cofres públicos. “A unificação seria a maior saída. Mas, boa parte do Congresso não tem interesse porque vereadores e prefeitos acabam sendo a base eleitoral deles”, observou Mattogrosso.
Ele destacou ainda que o PSDB está preparado para as eleições em outubro, mas já sente as modificações na pré-campanha. “Já deveríamos estar andando, reunindo e nós não podemos fazer isso”, lembrou. A saída apontada é a do uso da tecnologia como forma de aproximar os pré-candidatos do eleitorado, mesmo em tempos de distanciamento social.
Campanha a distância
Para o presidente municipal do PDT de Campo Grande, Wilson Fernandes, independente de adiamento de eleições as campanhas não serão as mesmas. “Infelizmente creio que mesmo que acabe a pandemia, o povo vai ficar com receio, com razão, de receber as pessoas, e com isso vai prevalecer aquele que tiver mais disposição de estar fazendo redes sociais”, adiantou.
Com pré-candidatura na Capital, o dirigente avalia que todo o processo já está sendo diferente e conta que muitos pré-candidatos já estão se movimentando por meio das redes sociais, porque não irão promover reuniões que desobedeçam o isolamento.
Sobre as discussões no Congresso, Fernandes diz ser contra qualquer alteração brusca no calendário, como a de vincular o pleito municipal à eleição que deverá ocorrer daqui a dois anos. “Estamos apostando que se mantém as eleições para este ano, vai se manter outubro ou final de novembro e início de dezembro”, afirmou. Para ele, a campanha de qualquer forma terá que ser feita à distância, mas deve prosseguir. “O time pra ser reconhecido tem que entrar em campo”, finalizou.
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