‘Nunca vi ordem para boquirrotos da PGR ficarem quietos’, diz Marun

Disse ver com naturalidade a troca de comando na PF

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Disse ver com naturalidade a troca de comando na PF

Em entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria do Correio com a TV Brasília — nesta quarta-feira (28/2), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun disse ver com naturalidade a troca de comando na Polícia Federal. No entanto, fez duras críticas ao pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para o que, agora, ex-diretor-geral da PF se eximisse de fazer declarações sobre inquéritos em curso. Ainda no programa, o ministro defendeu que o presidente Michel Temer busque a reeleição em outubro e avaliou que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha não deveria ter sido cassado.'Nunca vi ordem para boquirrotos da PGR ficarem quietos', diz Marun

 

Em relação à demissão de Fernando Segovia da Direção-Geral da PF pelo recém-empossado ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, Marun afirmou que a troca aconteceu pelo simples fato de que seu colega do primeiro escalão acredita que o novo diretor teria, “neste momento, condições de prestar um melhor serviço”. Quando o assunto foi o pedido de Raquel Dodge ao STF, porém, o peemedebista foi bem mais incisivo. “Vejo a Procuradoria quase que ordenando o Segovia a ficar quieto. Só que vejo uns boquirrotos dentro da PGR falando o que vem na boca e em relação a eles eu nunca ouvi falar numa ordem para ficarem quietos. Tem dois que são os destques maiores da boquirrotisse”, disparou o ministro citando apenas o nome do procurador Deltan Dallagnol.

 

Marun também falou sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro, decretada por Michel Temer. Segundo ele, o governo recebeu com surpresa uma pesquisa do Ibope que revelou que 83% da população carioca aprova a medida. “Nem nós imaginávamos que a população estivesse se sentindo tão oprimida, tão vilipendiada, tão escravizada por essa criminalidade que ousava sequestrar o Brasil e tornar os brasileiros refém. A aprovação é uma surpresa absoluta”, definiu.

 

No entendimento do ministro, contudo, a ação não foi tomada com fins eleitoreiros. Apesar disso, ele acredita, sim, que o presidente deva buscar a reeleição, mas por um outro motivo: procurar, em um novo mandato, aprovar a reforma da Previdência. “Penso que, no momento em que nos vimos obrigados a suspender a tramitação da reforma, a candidatura do presidente Temer passou a ser necessária, porque o nosso trabalho está incompleto e corremos o risco muito grande de que alguém se eleja mentindo que a reforma não é necessária”, opinou. Marun reconheceu, no entanto, que esse não é o desejo do presidente que já afirmou reiteradas vezes que não pretende lutar por mais quatro anos no Planalto. Neste caso, o ministro defende que os partidos da base aliada se unifiquem em torno de uma única candidatura. Hoje, ao menos dois pré-candidatos buscam herdar o legado governista: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).

 

Por fim, Marun disse acreditar que o ex-deputado Eduardo Cunha não deveria ter tido seu mandato cassado, já que ele não teria mentido sobre a suposta existência de uma conta na Suíça, apenas omitido a existência de um trust: “Deveria ter sido suspenso por três, quatro meses e afastado da Presidência da Câmara. Mas a cassação, onde nós vemos tanta gente boa [fez sinal de aspas com as mãos] ainda se saracutiando aí e praticamente o único parlamentar que sofre essa questão é o Eduardo? Pelo menos devia ter mais gente com ele lá”. Já em relação a uma acusação de improbidade administrativa que pesa contra ele próprio por um suposto desvio de R$ 16,6 milhões, o peemedebista definiu a acusação como “completamente absurda” e defendeu a criação da lei de abuso de autoridade, atacando, mais uma vez, o Ministério Público.

 

 

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