Quem incentivar ‘ódio’ entre ruralistas e índios pode parar na justiça, alerta Governo

Governo quer identificar quem estimula conflito entre fazendeiros e índios

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Governo quer identificar quem estimula conflito entre fazendeiros e índios

O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), quer identificar pessoas que estimulam os conflitos entre indígenas e fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (31), Reinaldo se reuniu com o Exército e a Polícia Federal, para discutir estrategias de atuação na região de Antonio João.

Para ele, há pessoas que acirram os ânimos entre os dois lados. No sábado (29), o conflito resultou na morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos. Segundo relatos, ele estava bebendo água em um córrego que passa por uma das propriedas ocupadas e foi atingido pelos tiros na cabeça. De acordo com a PM (Polícia Militar), os disparos teriam partido de um revólver calibre 22.

Segundo Azambuja, tanto o governo, quanto Exército e Polícia Federal têm serviços de inteligência para identificar ‘possíveis cidadãos que estimulam as partes ao enfrentamento’. O que o governo estadual quer, afirma, é restabelecer a paz. “Nosso lado é a legalidade”, disse. 

Histórico

Após a morte do indígena, o deptuado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) disse que a vítima já estava morta há um dia e que ele, como médico, foi até o local e encontrou um cadáver de um homem já com rigidez cadavérica, que teria sido jogado na estrada.  

“Os proprietários entraram no peito e os índios saíram após uma batalha campal. (…) Só que o conflito migrou para outra sede e a troca de tiros rolou de ambos lados. (…) Ouviu-se um tiro numa mata a 800 metros e dez minutos depois os índios trouxeram um corpo que diziam ter sido alvejado. Me coloquei como médico e fui até o local. O cadáver de um homem já em rigidez cadavérica foi jogado na estrada”, disse o parlamentar na publicação.

Em 2014, lideranças indígenas criticaram o vídeo publicado pelo filho do Pedro Pedrossian em que o ex-governador faz apelo aos deputados para mudar o nome do Parque das Nações Indígenas para homenagear a mulher, Maria Pedrossian. O vídeo foi compartilhado no Facebook pelo ex- deputado federal Pedro Pedrossian Filho. A revolta veio após indígenas ocuparem terras do ex-governador. Na ocasião, Pedrossian diz que foi traído pela população indígena e solicita o apoio da Assembleia Legislativa para trocar o nome do Parque. Pedro Pedrossian Filho chama os índios de “último tentáculo daqueles assassinos da reputação do PT”.

Nas próximas horas, o Exército deverá mandar mais equipes na região de Antonio João, para ‘restabelecer o diálogo’. O envio de mais militares depende de autorização da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), que assinará decreto de um instrumento chamado Garantia de Lei e Ordem.

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