Para sair da crise, Bernal deve usar negociação, afirma ex-secretário

Ex-secretário rebate dados de Bernal

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Ex-secretário rebate dados de Bernal

Existe crise financeira na Prefeitura de Campo Grande, mas não na magnitude que vem sendo propagada. A afirmação é de André Scaff, que foi secretário de Planejamento, Finanças e Controle durante a gestão de Gilmar Olarte (PP) – março de 2014 a agosto de 2015 – no Executivo da Capital, e que defende a negociação com credores, além de medidas para reduzir custeio e aumentar arrecadação, como saída para a situação.

Na segunda-feira (14), o prefeito, Alcides Bernal (PP), apresentou balanço mostrando que em outubro as contas do município fecharão em R$ 158 milhões negativos. Reclamou, entre outras coisas, ter reassumido o cargo com a Prefeitura sem dinheiro em conta.

“A crise sempre existiu, mas não é desse tamanho que estão dizendo”, diz Scaff. Segundo ele, a folha de pagamentos da Prefeitura é muito alta, mas não é o corte de comissionados que resolverá a situação.

Scaff explica que, além do alto custo do funcionalismo, os problemas financeiros da Prefeitura ocorrem principalmente por conta da redução no volume de repasses do ICMS, perda na casa dos R$ 240 milhões, e da perda de receita por conta do congelamento do IPTU. A alternativa durante o tempo que esteve na Seplanfic, diz o ex-secretário, foi negociar com os credores.

Não houve tempo para implementar outras ações, visando reduzir o custeio e aumentar a arrecadação, justifica Scaff. Ele cita que um dos planos era vender a dívida da Prefeitura, com projeção de levantar R$ 100 milhões, transferir a folha para outro banco, prevendo economia de R$ 30 milhões no contrato, e vender áreas públicas como parte de um programa de urbanização da Avenida Duque de Caxias.

 Uma situação real da crise financeira no município, diz Scaff, será conhecida em documento de transição de governo, a ser enviado por Bernal aos órgãos fiscalizadores. Segundo ele, a Prefeitura não pode “represar dinheiro” e precisa, principalmente, manter negociações com credores: “é uma situação difícil, mas não só aqui, em todo o País”, conclui o ex-secretário.

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