Maior gasto com tapa-buracos foi no último ano de Nelsinho na Prefeitura
Valor corresponde a 30% do aplicado de 2010 para cá
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Valor corresponde a 30% do aplicado de 2010 para cá
De 2010 para cá, o serviço de tapa-buracos nas ruas de Campo Grande custaram R$ 372,5 milhões aos cofres municipais. Neste período, o maior custo foi em 2012, último ano da segunda gestão de Nelsinho Trad (PMDB), correspondendo a quase 30% do total e praticamente o dobro do verificado nos demais anos.
Os dados constam no calhamaço entregue na quinta-feira (26) pelo secretário de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir de Brito, à Câmara Municipal. Refere-se a toda a documentação de 34 contratos com 12 empreiteiras responsáveis pelo serviço na cidade.
As informações foram solicitadas pelos próprios vereadores, após reunião com o secretário no começo de fevereiro, e serão analisadas nos próximos dias. A Câmara Municipal avalia a possibilidade de instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar indícios de irregularidades no setor, após uma série de denúncias – algumas delas gravadas em vídeos – nas quais operários supostamente tapam buracos inexistentes, desperdiçando dinheiro público.
O Executivo tenta evitar a CPI e tem contado, inclusive, com apoio da base na Câmara. O requerimento de abertura, feito pela oposição, tem oito das dez assinaturas necessárias.
Pelos números apresentados e divulgados pela Câmara, dos R$ 372,5 milhões gastos no período, o montante aplicado em 2012, de R$ 109,9 milhões, é o maior. Foram R$ 51,9 milhões em 2010; R$ 64,5 milhões em 2011; R$ 68,2 milhões em 2013; mais R$ 71,2 milhões no ano seguinte e, até agora, R$ 6,69 milhões em 2015.
A Prefeitura promete, em março, lançar nova licitação para o tapa-buracos em Campo Grande. Assim que este trâmite for concluído, os contratos atuais serão cancelados, conforme ressaltou o secretário ao entregar a documentação aos vereadores.
Nelsinho, após encerrar o mandato de prefeito, foi nomeado para a extinta Secretaria Estadual de Articulação, Desenvolvimento Regional e dos Municípios. Cargo que ocupou até desligar-se para disputar o governo do Estado.
A equipe de reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa do ex-prefeito, nesta manhã, para saber os motivos do gasto acima da média no fim do mandato. Até o momento, não obteve retorno.
“O Olarte pode ficar tranquilo, esses contratos são de gestões anteriores”, comentou a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), ainda na quinta, na ocasião da entrega dos documentos, referindo-se ao atual prefeito, Gilmar Olarte (PP). Logo que as denúncias surgiram, o pepista falou em ‘armação política’.
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