Lideranças esperam que eleitor analise candidatos e não partidos em 2016
Procuradoria abriu inquérito para investigar 47 políticos de seis partidos
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Procuradoria abriu inquérito para investigar 47 políticos de seis partidos
A lista de 47 políticos envolvidos em escândalo de corrupção na Petrobras atinge diretamente cinco partidos (PMDB, PP, PSDB, PT e PTB) e já provoca discussão sobre até que ponto isto pode interferir na próxima eleição, para vereador e prefeito, já no ano que vem.
Lideranças dos partidos envolvidos lamentam a denúncia e esperam que a população não leve em conta a sigla partidária, mas sim os candidatos na hora de fazer a escolha na próxima eleição.
“Tem gente de todos os partidos, praticamente. Se for pensar assim, todos os partidos têm que se preocupar. Entende que hoje o cidadão olha muito mais as pessoas do que os partidos. Lamento muito que lideranças estejam comprometidas. Mas, felizmente, nenhum dos nossos de Mato Grosso do Sul estão na lista”, avaliou o presidente do PMDB, Junior Mochi.
O deputado federal Zeca do PT também minimiza a possibilidade de prejuízo aos partidos. Ele pondera que muito se falou do PT e que a lista mostra que o PMDB está “envolvido até a cabeça” e o PP muito mais. “Devagar com o andor, que o santo é de barro. Lista é lista. Mas, por enquanto, não tem nenhuma acusação concreta”, argumentou.
O deputado lembra do caso do mensalão, que na avaliação dele, com toda repercussão na mídia, não trouxe nenhum reflexo para eleição de 2006, 2010 e 2012. “O povo não é bobo e sabe que tem a grande mídia, que cresceu financiada pela ditadura, chamada Rede Globo de televisão”, criticou.
O presidente estadual do PP, Alcides Bernal, também espera que a sigla não seja prejudicada com o envolvimento. No caso do partido dele, até o presidente nacional, Ciro Nogueira, está na lista. “Com relação à população, tenho muita tranquilidade porque tenho andado pelas cidades do interior e Campo Grande e as pessoas sabem diferenciar. Sabem que a pessoa é uma coisa e o partido é outra”, analisou.
Apesar de esperar benevolência, o presidente do PP pondera que todos os envolvidos devem ser punidos, independentemente do partido ou classe social. “Com o inquérito eles vão ter oportunidade de fazer investigação e concluir, apontando os culpados e quem foi acusado injustamente. Eu conversei com o Ciro Nogueira e ele mostro uma carta encaminhada a Justiça dizendo que se houver o mínimo de indício de envolvimento ele renunciaria. O partido tem que extirpar aquele que representa este câncer maligno, que é a corrupção”, concluiu.
O presidente estadual do PSDB, Márcio Monteiro, e de Campo Grande, Carlos Alberto de Assis, foram procurados, mas não atenderam as ligações. A Procuradoria-Geral da República pediu abertura de inquérito para investigar 47 políticos, sendo 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora de seis partidos (PMDB, PT, PP, SD [deputado era do PP e foi para o SD], PSDB e PTB). Outras pessoas também serão investigadas, mas não tiveram cargo público.
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