Câmara cogita CPI para investigar obras públicas paradas em Campo Grande
De 154 projetos, 87 não andam, a maioria por falta de dinheiro, segundo secretário
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De 154 projetos, 87 não andam, a maioria por falta de dinheiro, segundo secretário
Do total de obras públicas executadas pela Prefeitura de Campo Grande atualmente, 56,5% estão paradas. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (21), na Câmara Municipal, pelo secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Amilton Cândido de Oliveira, que promete detalhar as informações nos próximos dias, enquanto a casa já cogita CPI sobre o assunto.
Segundo os números oficiais, divulgados em audiência pública sobre o assunto nesta manhã, há 154 obras na Capital. Destas, 87 estão paralisadas, 27 em andamento, 31 concluídas, oito não iniciadas e uma com problema rescisão de contrato.
O secretário alega que a maior parte das obras está parada por falta de dinheiro – ele não citou valores. Algumas, mesmo com liberação de verbas federais, dependem da contrapartida municipal, enquanto a Prefeitura alega não ter condições financeiras para tal.
Na audiência pública, o secretário disse que o Município busca alternativas para retomar os projetos. Uma delas é negociar com a CEF (Caixa Econômica Federal) de forma a evitar que a Prefeitura perca recursos garantidos, porém com prazo para aplicação.
O secretário, conforme divulgado no site da Câmara, justificou-se dizendo que, por estar há apenas um mês no cargo, não tem o detalhamento da situação de todos os projetos. Por isso, a Comissão de Obras da Câmara estabeleceu prazo de 30 dias para apresentação de um relatório completo.
“Após analisar este relatório, vamos ver a necessidade de abrir ou não uma CPI”, diz o presidente do colegiado, vereador Carlão (PSB). “Temos uma secretaria com muita deficiência, temos que organizar nossa cidade. O desafio é gigantesco, a prefeitura estava inscrita no Cadin (Cadastro de Inadimplentes), há ainda uma pendência na Receita Federal, mas esta semana vamos vencer mais isso. Isso nos impede de avançar nessa questão. Vamos fazer um esforço para em 10 dias entregar um relatório com toda situação e mandar para a comissão”, afirmou Oliveira.
A gerência regional da Caixa cobrou mais organização por parte da Prefeitura. “Temos vários processos que estão na Caixa hoje com valores significativos para pavimentação e qualificação de ruas, para mobilidade urbana. Estamos encarando tudo com a seriedade que precisa, vamos dar celeridade. Os processos estão andando, precisamos de um controle mais eficaz, para que não se perca prazos”, disse.
Esta foi a quarta audiência feita este ano sobre o mesmo assunto. Segundo Carlão, há casos de obras que estavam 98% e prontas e, devido à paralisação, sofreram depredação e reduziram o percentual a 70%, conforme identificou-se em vistoria recente.
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