Após ‘Lama’, Puccinelli faz barbeiragem e fala de morte na Câmara

Ex-governador volta a fazer política

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Ex-governador volta a fazer política

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) provocou muita curiosidade ao passar pela Câmara de Campo Grande. Em meio a muitas incertezas, com possibilidade de afastamento do prefeito Gilmar Olarte (PP) e polêmicas sobre a Lama Asfáltica, que investiga o governo dele, Puccinelli reapareceu para organizar o PMDB em Campo Grande e chamou a atenção.

Interlocutores e até correligionários chegam a avaliar as recentes aparições como uma manobra de marketing cuidadosamente pensada. “Ele vai aparecer muito agora, deixando a imagem de que não está nem um pouco preocupado. É a estratégia óbvia”, pondera um assessor que acompanhou as últimas campanhas eleitorais disputadas ou capitaneadas por André.

Ele, é lógico, mantém o estilo de sempre e desconversa sobre o escândalo político que envolve diretamente o período em que esteve a frente do Governo com suspeita de desvio milionário de verbas em obras públicas tocadas por empreiteiros que dominaram os contratos na ‘era Puccinelli’. 

Questionado sobre a Operação Lama Asfáltica, se limitou a dizer que defende rigorosa apuração dos fatos. Ante a pergunta sobre como não sabia de tudo, já que era bem centralizador e controlador, Puccinelli mudou de assunto.

Sozinho, o ex-governador, que classifica atualmente como “vovotorista”, não mostrou bom desempenho. Deixou o famoso Uno vermelho na vaga de idoso, sem qualquer adesivo no carro e, depois, ao sair, acabou rampando um meio-fio ao fazer a curva do estacionamento.

O ex-governador fez as brincadeiras de sempre com mulheres que o abraçavam na Câmara, dizendo que hoje pode apenas olhar, e falou até de morte. Em tom sério, disse que torce para viver o quanto mais e, quando chegar a hora, que apenas anoiteça e não amanheça, “para não ficar sofrendo em uma cama”.

Puccinelli está evitando declarações polêmicas e não faz comentários sobre a gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) e de Gilmar Olarte (PP). Ele apenas se limitou a falar sobre Dilma Rousseff (PT), dizendo que está com pena dela.

Puccinelli alegou ter ido a Câmara para falar sobre a sucessão no diretório do PMDB e na Prefeitura de Campo Grande, mas afirmou não ter interesse em assumir o diretório e nem pré-candidatura a prefeito.

O governo de Puccinelli sofre investigação do Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União, Polícia Federal e do Ministério Público Estadual. Segundo investigação, o empreiteiro João Amorim e o grupo de Puccinelli comandavam uma organização criminosa montada para direcionar licitação e superfaturar contratos do governo do Estado.

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