VÍDEO: pai de criança que morreu aguardando transplante satiriza veto de André Puccinelli

Diego Recena Aydos, pai do pequeno Timóteo, que morreu em 21 de abril deste ano, vítima de Linfohistiocitose hemofagocítica, uma doença autoimune grave e rara, que só poderia ter chance de cura com um transplante de medula óssea, gravou um vídeo satirizando a justificativa do veto do governador André Puccinelli para não construir o CTMO […]

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Diego Recena Aydos, pai do pequeno Timóteo, que morreu em 21 de abril deste ano, vítima de Linfohistiocitose hemofagocítica, uma doença autoimune grave e rara, que só poderia ter chance de cura com um transplante de medula óssea, gravou um vídeo satirizando a justificativa do veto do governador André Puccinelli para não construir o CTMO (Centro de Transplante de Medula Óssea) na Capital.

Diego diz que espera com o vídeo alertar as pessoas sobre a importância da construção do CTMO e quem sabe assim provocar alguma mudança, de forma, que outros não morram para se ver solução.

Além disso, ele organiza uma manifestação nesta quinta-feira (16), das 11 às 13 horas, na Rua 14 de Julho esquina com a Avenida Afonso Pena. Segundo ele, a ideia também é conscientizar as pessoas da importância da construção do CTMO.

Perdas

Diego perdeu dois filhos para a Linfohistiocitose hemofagocítica. Ele diz que não foi fácil perder as crianças e mesmo ao telefone é possível perceber a voz embargada ao falar dos meninos. “Eu tive dois filhos que precisaram de transplantes. Os dois faleceram. O primeiro tive que sair do estado, fiquei seis meses em Campinas tentando transplantá-lo. O segundo fiquei aqui. E ele também não resistiu. Não ter o centro de transplantes e matar quem precisa”, diz emocionado.

“Sem o centro a gente precisa ir para fora para fazer o transplante. Fica na dependência do médico, que vai fazer o transplante, encontrar o doador. Fica tudo mais complicado. E para as pessoas que estão com a imunidade baixa, um dia, dois, e até horas, é muito tempo”, desabafa.

PL

Previsto para ser construído no HR (Hospital Regional), conforme Projeto de Lei que instituía a política estadual de mobilização para doação de medula óssea em Mato Grosso do Sul, o CTMO não sairá do papel. O projeto do deputado Lauro Davi (PSB) foi vetado e não se tornará lei.

Na última segunda-feira (13), foi publicado no DOE (Diário Oficial do Estado) o veto do governador. Em sua justificativa para a não implementação do centro, André Puccinelli, diz que a “proposta é louvável, entretanto exige veto jurídico, uma vez que possui máculas formais que a fulminam no nascedouro”.

O texto diz ainda que a “matéria tratada no bojo da proposição deve ser analisada de forma coerente e adequada para que não se transforme em lei de aparência, que na prática não servirá para nada, já que não foi planejada de forma viável para a sua execução, mas sim, de maneira imprópria, não condizente com a realidade nacional”.

Para o pai, que perdeu os filhos, falta vontade política de se solucionar a questão. “Disse que era inconstitucional – vetou. Agora não há como por na previsão orçamentária a construção do centro. A verdade é que não querem fazer”, critica.

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