Vereadores priorizaram guerra com Bernal e apresentaram baixa produtividade em quatro meses
A guerra da maioria dos vereadores da Câmara com o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), fez os parlamentares se concentrarem em ataques e esquecer-se de produzir projetos que mudem a vida a população. Desde o começo das sessões, no dia 19 de fevereiro, os vereadores se concentram em ataques pessoais e comparações entre uma […]
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A guerra da maioria dos vereadores da Câmara com o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), fez os parlamentares se concentrarem em ataques e esquecer-se de produzir projetos que mudem a vida a população. Desde o começo das sessões, no dia 19 de fevereiro, os vereadores se concentram em ataques pessoais e comparações entre uma e outra gestão, com poucas soluções para problemas de Campo Grande. Com isso, a produtividade que deveria ser bem maior, já que a Casa ganhou oito vereadores, passando de 21 para 29, não apresentou grande avanço.
A sessão do dia 19 de março, quando os vereadores aprovaram moção de repúdio contra o prefeito, foi exemplo da guerra que dominou os primeiros meses. Na ocasião, a vereadora Rose Modesto (PSDB) não escondeu a insatisfação. “Lamento que estejamos aqui até as 14h30 e 29 vereadores não estejam discutindo nada de produtivo para a sociedade”, protestou.
Segundo a assessoria da Câmara, os vereadores apresentaram 108 projetos até a sexta-feira (3). O número representa 1,1 projeto por dia, se considerado o início do trabalho no dia 1º de janeiro, quando eles foram diplomados, ou 3,7 projetos por vereador. A média poderia ser considerada boa se não fosse a irrelevância de boa parte deles.
Entre os projetos pouco importantes incluem-se os que dão título de visitante ilustre a alguns políticos; institui festividades no calendário do aniversário de Campo Grande; que muda nome de ruas; autorizativos (que o prefeito faz se quiser) e até os que criam medalhas, como o projeto apresentado por Paulo Siufi (PMDB) e Fábio Trad (PTdoB), que institui a “Medalha Legislativa do Mérito Advocatício Doutor Nelson Trad”.
Outros projetos chamam atenção pela propositura um tanto quanto inusitada. O vereador Cazuza (PP), por exemplo, propõe que as escolas forneçam merenda escolar durante as férias na rede pública municipal. Para apresentar o projeto o vereador justificou que a refeição na escola é a principal de muitas crianças de Campo Grande.
Entre os projetos apresentados também há os que têm a mesma função. Os vereadores Waldecy Chocolate (PP) e Eduardo Romero (PTdoB) apresentaram um projeto obrigando a prefeitura a instalar banheiros químicos em todas as feiras livres de Campo Grande.
Na comparação entre novatos e veteranos, vantagem para quem está chegando agora. Os novos vereadores se destacam na quantidade (Elizeu Dionízio-PSL foi o que mais apresentou propostas) e na finalidade do projeto.
Saiu da cabeça dos recém-chegados os projetos que armam a guarda municipal (Alceu Bueno-PSL); que reduz o preço público de esgoto cobrado em campo grande/MS (Coringa-PSD), eleição para diretores de escolas municipais e transparência dos cadastros de programas habitacionais e sociais (Zeca do PT); ficha limpa para cargos públicos (Luiza Ribeiro-MD); obriga casas lotéricas, correspondentes bancários, lojas e supermercados a apresentarem atendimento em tempo razoável (Chiquinho Telles-PSD); isenção aos portadores de doença grave da passagem nos transportes coletivos e urbanos e entrega domiciliar gratuita de medicamento de uso contínuo às pessoas portadoras de necessidades especiais (Elizeu Dionízio).
Entre os projetos apresentados pelos veteranos destaca-se do vereador Carlão (PSB), que garantiu a realização da Expogrande 2013, autorizando festas como Carnaval, Ano Novo e Natal e do vereador Paulo Pedra (PDT), que obriga instituições a devolverem terrenos doados pela cidade se os agraciados mudarem o foco ou encerrarem atividades.
Os vereadores da Câmara de Campo Grande realizam sessões apenas três vezes por semana. Ultimamente, as sessões são realizadas apenas duas vezes por conta de sessões solenes feitas em dias de sessão normal. No ano passado eles aprovaram reajuste de 61,97%, passando de R$ 9.280 para um salário de R$ 15.031,76.
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