Líderes de Nelsinho e Bernal apelam ao sensacionalismo para se atacarem na Câmara

Os vereadores da Câmara de Campo Grande fizeram mais um debate quente na sessão desta quarta-feira (29). A polêmica começou depois que o ex-líder de Nelsinho Trad (PMDB) na Câmara, Flávio César (PTdoB), ocupou a tribuna para dizer que chorou com uma diretora de um Centro de Educação Infantil (Ceinf) quando ela falava das dificuldades encontradas. O vereador disse que certa vez Bernal declarou que as crianças choravam de medo dos vereadores e declarou que hoje choram de fome.

O líder do prefeito Alcides Bernal (PP) na Câmara, vereador Alex do PT, não gostou da declaração e criticou a postura, lembrando que não viu Flávio César, que preside a CPI criada para investigar o Hospital do Câncer e Hospital Universitário, chorar ao ouvir a promotora Paula Volpe falar sobre o escândalo da saúde, que fez várias pessoas perderem a vida por ganância e orquestração.

A vereadora Luiza Ribeiro também rebateu as declarações de Flávio César, relatando que foi a falta de ação da antiga administração que contribuiu para que apenas 20% das crianças de zero a três anos tivessem nos centros de educação. “Não estão sendo atendidas em razão da intolerância da gestão anterior”, criticou. A vereadora afirmou ainda que a atual administração encontra dificuldade para fazer algumas licitações e suspeita até de boicote.

O vereador Zeca do PT ressaltou que 99% dos investimentos em construção de Ceinf’s em Campo Grande foram do Governo Federal e criticou o repasse de R$ 50 milhões feitos por Nelsinho a Organização Mundial para Educação Pré-Escolar (Omep), que poderia ter sido investido na educação infantil.

Os vereadores da oposição criticaram o que chamaram de “descaso com as crianças”. A vereadora Carla Stephanini (PMDB) lembrou que estamos na semana do leite e questionou se as crianças estão recebendo o alimento todos os dias. “Será que todas as crianças tomam leite como deveriam ou estão alternando entre chá e leite. Qual o valor nutricional do chá?”, indagou.