Puccinelli atropela acordo político para eleição de deputados e irrita prefeito de Ponta Porã

Governador decidiu apoiar candidato do PMN desagradando sua base eleitoral que tem outros nomes

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Governador decidiu apoiar candidato do PMN desagradando sua base eleitoral que tem outros nomes

Em Ponta Porã, o prefeito Flávio Kayatt (PSDB) se desentendeu com o governador André Puccinelli (PMDB) que teria atropelado um acordo político através do qual lideranças da região tentariam eleger nomes à Assembleia Legislativa. Puccinelli declarou apoio um candidato do PMN, partido que recentemente passou a integrar seu leque de aliados. A atitude atrapalha os planos do grupo de Kayatt que tem outros nomes preferenciais.

A desavença pode enfraquecer a campanha à reeleição de Puccinelli na região, visto que o engajamento das lideranças locais poderá diminuir. Além do mais, correm boatos sobre a possibilidade de a revolta terminar em aliança da situação com o PT.

Kayatt explica que o combinado inicial era de que as candidaturas a deputado estadual do grupo de Puccinelli ficariam sob sua coordenação. Mas, ele se surpreendeu com a manifestação do governador de apoio a Álvaro Soares, do PMN, sem consultar ninguém.

Em Ponta Porã, situação e oposição fizeram um acordo na tentativa de eleger nomes à Assembleia Legislativa. Pelo acerto, seriam lançados dois candidatos, um do grupo de Kayatt e um do PT.

A situação iria escolher um entre cinco nomes: Dário Onório (PSDB), Dulce Manoso (PSDB), Daniel Valdes Puka (DEM), Ramão de Deus (DEM), todos os vereadores e Eduardo Campos (DEM), ex-vice-prefeito da cidade. Já a oposição se organizava para lançar Paulo Benites (PT).

“O PMN até pouco tempo não estava com o governador. E nós já estávamos nos organizando há bastante tempo para as eleições na Assembleia. De repente, o André aparece com esta surpresa. Não vamos aceitar”, avisa o prefeito.

Kayatt relata ter protestado diante do governador em recente visita dele a Ponta Porã, mas não confirma boatos de que os dois teriam brigado. “Não temos nada contra o Álvaro. Mas, o governador não pode chegar agora e furar o que nós combinamos”, cita.

A situação não pretende dar espaço ao candidato do PMN. Além do mais, corre o boato de que estaria em estudo a ideia de abandonar a candidatura do grupo e apoiar a oposição, ou seja, somar-se ao PT contra o candidato do governador.

Kayatt silencia sobre tal possibilidade. Mas insiste que o grupo não vai aceitar a interferência de Puccinelli quieto. “Se ele acha que o PMN tem mais força política, a gente pode até passar a coordenação da eleição para eles. Ficaremos assistindo as eleições apenas de camarote”, afirma.

Em princípio, prefeito de Ponta Porã não pensa em rompimento político com o governador, mas avalia que Puccinelli pode ter prejuízos na região. “Se a situação não for revertida, talvez não nos engajemos mais como antes [na campanha à reeleição]. O pessoal não vai mais entrar de cabeça. A gente ficará apenas como coadjuvante nas eleições. Esperávamos que o governador respeitasse o que foi acordado localmente”, lamenta.

Via Twitter, o presidente regional do PMDB, Esacheu Nascimento admitiu que a situação em Ponta Porã é complexa. “A fronteira esta nervosa com movimentação política de ontem. Precisa consertar”, escreveu.

Nesta noite, a reportagem tentou contato com Álvaro Soares e com o comando do PMN em Mato Grosso do Sul, mas ninguém atendeu aos telefonemas.

(Colaborou: Liziane Berrocal)

Conteúdos relacionados

prefeita eldorado
adriane reforma