Mulheres índias cobram casas prometidas por Puccinelli

Grupo de ao menos 40 índios terena que habitam uma aldeia urbana no Jardim Noroeste, em Campo Grande, fez na manhã desta segunda-feira (15) um manifesto pela construção de ao menos 60 casas; Os índios disseram que aguardam uma promessa feita a eles pelo atual governador André Puccinelli. As casas entregues em 2007 foram feitas no período de transição de André da prefeitura para …

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Grupo de ao menos 40 índios terena que habitam uma aldeia urbana no Jardim Noroeste, em Campo Grande, fez na manhã desta segunda-feira (15) um manifesto pela construção de ao menos 60 casas; Os índios disseram que aguardam uma promessa feita a eles pelo atual governador André Puccinelli. As casas entregues em 2007 foram feitas no período de transição de André da prefeitura para a governadoria

Grupo de ao menos 40 índios terena que habitam uma aldeia urbana no Jardim Noroeste, em Campo Grande, fez na manhã desta segunda-feira (15) um manifesto pela construção de ao menos 60 casas.

Policiais militares acompanharam o protesto, tocado de modo pacífico. Os índios disseram que aguardam uma promessa feita a eles pelo atual governador André Puccinelli. As casas entregues em 2007 foram feitas no período de transição de André da prefeitura para a governadoria.

Campo Grande possui duas aldeias urbanas: a Marçal de Souza, no bairro Tiradentes, onde vivem cerca de 200 famílias terena. Essa região, tido como pioneiro do Brasil, foi criada na segunda metade dos anos 90, quando Puccinelli era o prefeito da cidade.

Uma década depois, surgiu a aldeia do Jardim Noroeste, construída com 98 casas.

A presidente da Associação de Mulheres Indígenas da aldeia do Noroeste, Dalva de Almeida Botelho, disse que o protesto de hoje é uma “luta sadia” e que não é intenção deles o de invadir lotes particulares.

Ela disse existir casos em sua aldeia de uma moradia de cinco cômodos – banheiro, sala, cozinha e dois quartos – ser habitada por até 15 pessoas.

Dalva calcula que hoje ao menos 60 famílias precisam de uma casa. O manifesto acontece no Jardim Noroeste, próximo a saída para Três Lagoas, num lote vazio.

“Se quiséssemos invadir propriedades particulares já teríamos feito isso bem ali onde foram construídos dois conjuntos habitacionais”, disse Dalva.

A presidente da entidade se referiu à construção de dois conjuntos, um com 27 casas e outro com 29 unidades, obras erguidas pela prefeitura de Campo Grande, ainda não habitadas. Esses dois conjuntos situam-se a uma quadra do local do manifesto.

“Todos nós possuímos inscrições na Emha, a empresa municipal de habitação, mas ninguém da aldeia foi beneficiado”, reclamou Dalva.

A terena Marineuza Fonseca, 40, disse que mora com sete pessoas e, além da falta de cômodos, as casas apresentam falhas estruturais, segundo ela, como infiltrações nas paredes.

Luziane Almeida, 23, que mora com oito pessoas, afirmou que o município havia prometido aos índios a construções de mais cômodos nas casas já habitadas, mas isso ainda não aconteceu.

A líder da associação disse que o manifesto de hoje seria um meio de atrair a atenção das autoridades. Ao menos até o meio-dia ninguém ligado a área habitacional do município havia aparecido por lá.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) não apóia o protesto por casas aqui na cidade, segundo a presidente da associação. A entidade “defende mais” os interesses dos índios que vivem nas aldeias longe do centro urbano.

A reportagem quis conversar com representantes da prefeitura e do governo estadual, mas, devido o feriado, não conseguiu.

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