Servidor é acusado de desviar R$ 100 mil de adolescentes em unidade de acolhimento de Campo Grande
Ministério público investiga se o guardião das contas de acolhidos movimentava valores e teria pago casamento da filha com dinheiro de vítimas
Karina Campos –
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Ex-servidor público de uma Unidade de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes de Campo Grande está sendo investigado por peculato, acusado de desviar dinheiro da conta particular de adolescentes acolhidos. Segundo a denúncia, mais de 30 vítimas teriam a conta por confiança do ex-coordenador da prefeitura, a suspeita é de desvio que ultrapassa R$ 100 mil.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a unidade acolhe garotos, alguns iniciam trabalho a partir dos 14 anos, com uma conta-corrente onde recebem salário, benefícios sociais do Governo Federal e, no caso de pessoas com deficiência, o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Entretanto, o valor seria para rendimento e só poderia ser sacado integralmente quando completassem 18 anos.
O processo pontua que os adolescentes poderiam utilizar apenas 30% do valor em conta, alguns pagando pensão, por exemplo. A primeira vítima ingressou na justiça depois de “empréstimos” informais ao servidor, que teria garantido pagar com 3% de acréscimo, que não foram pagos até o rapaz completar a maioridade.
Desvio para festa de casamento
Outro rapaz começou a desconfiar e notou retiradas da conta, que apenas o coordenador teria acesso e utilizava o cartão, todos os meses. Os extratos bancários mostram transferências para conta do então servidor, desde o início do ano. Uma das vítimas teria sido lesada em R$ 70 mil durante a permanência do acusado no cargo.
A denúncia ainda investiga se um casamento luxuoso e viagens teriam sido bancadas com os supostos desvios. Nomeado desde 2017, o servidor teria sido exonerado este ano, mas, conforme apurado, estaria barganhando outros cargos públicos por filiação em partidos. A remuneração mensal era de R$ 5.627,30.
O Ministério Público instaurou inquérito policial na vara cível por peculato e Vara da Infância, Adolescência e Idoso.
O que diz a prefeitura
Em nota, a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) informou que o servidor foi exonerado e “está em trâmite o processo disciplinar para apurar as denúncias imputadas ao mesmo”.
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